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Eixo Central de Lisboa vai para obras. Três meses iniciais serão "os mais complicados"

28 abr, 2016 - 17:35

Circulação vai estar condicionada na Avenida Fontes Pereira de Melo. Autarquia apela aos automobilistas que encontrem caminhos alternativos e aconselha a utilização do transporte público.

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Duas das seis vias da Avenida Fontes Pereira de Melo, em Lisboa, vão estar suprimidas a partir de 3 de Maio e durante três meses, devido às obras do Eixo Central, abrangendo Picoas e Saldanha, anunciou esta quinta-feira a autarquia.

Em conferência de imprensa nos Paços do Concelho, a directora municipal de Mobilidade e Transportes, Fátima Madureira, explicou que a obra "será feita em [seis] frentes de trabalho, numa totalidade de nove meses".

Os três meses iniciais serão "os mais complicados", segundo a responsável, já que nesta altura "vai ser suprimida uma via" em cada sentido na Avenida Fontes Pereira de Melo, para se intervir no separador central.

Das quatro vias restantes, duas (uma em cada sentido) são destinadas a transportes públicos, mas durante este período serão partilhadas com o transporte individual.

Nesta altura, haverá "pessoas que serão apanhadas desprevenidas e que virão para aqui sem absoluta necessidade", o que pode dificultar o escoamento do trânsito, alertou Fátima Madureira.

Ao mesmo tempo, vão decorrer as intervenções nas avenidas da República, onde as laterais também vão estar suprimidas por três meses, e Elias Garcia.

Nestes locais, haverá repavimentação e a criação de uma ciclovia bidireccional.

Mais à frente, serão precisos seis meses para intervir nos passeios, tornando-os mais largos, mais confortáveis e com mais áreas verdes e de estadia.

Seguem-se os trabalhos junto ao Mercado 31 de Janeiro e em ruas interiores (Viriato, Tomás Ribeiro, Andrade Corvo, Martens Ferrão), terminando no Saldanha. Neste último local, duram quatro meses.

"A obra começará nas extremidades [...] e vai-se aproximando até chegar ao Saldanha", sintetizou Fátima Madureira.

Apesar de haver intervenções ao mesmo tempo, o faseamento das obras vai "minorar o mais possível o impacto das obras", assegurou.

"Transporte público será sempre a melhor solução"

A directora municipal apontou como alternativas ao denominado Eixo Central - composto pelas avenidas Fontes Pereira de Melo e da República e pelas praças de Picoas e do Saldanha - o Túnel do Rego e as avenidas 5 de Outubro e Defensores de Chaves.

De acordo com Fátima Madureira, os condutores vão acabar por encontrar "outros caminhos", como acontece na frente ribeirinha da cidade, onde, apesar das obras do Cais do Sodré, Corpo Santo e Campo das Cebolas, a situação "está estabilizada".

Acresce que a Câmara pretende reduzir o tráfego de atravessamento no Eixo Central: "Queremos evitá-lo de forma definitiva, queremos que as pessoas descubram vias alternativas na cidade de Lisboa para se deslocarem que podem ser muito mais rápidas".

Para a autarquia, a maior preocupação é agora com "quem entra na cidade" e não conhece estes caminhos, pelo que vai haver "sinalização dissuasora" em 14 locais.

Ainda assim, "o transporte público será sempre a melhor forma de chegar", ressalvou a directora municipal.

Relativamente à questão do estacionamento, muito contestada por moradores, a responsável anunciou a criação de 94 lugares em espinha nas avenidas Miguel Bombarda, João Crisóstomo e António José de Almeida.

Fátima Madureira escusou-se, contudo, a apontar números finais dos lugares de estacionamento que se perdem e se ganham no âmbito desta intervenção, alegando não ter essa informação consigo nem "perceber a [sua] utilidade".

Inicialmente, a autarquia apontou prever uma redução de 300 lugares de estacionamento na zona.

No dia 19 deste mês, a câmara informou que, após as mudanças, o troço do Saldanha até à Avenida Elias Garcia iria ficar com "um ligeiro saldo positivo, de sete lugares", mantendo-se o parqueamento em espinha.

O vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, explicou então que neste troço da Avenida da República estava inicialmente prevista a perda de 156 lugares, mas que afinal haveria esse ganho de sete lugares, "em relação aos 267 lugares que hoje existem".

O autarca não especificou, contudo, quantos lugares são eliminados em todos os troços abrangidos pela empreitada.

Presente na ocasião, o comandante da Polícia Municipal de Lisboa, Paulo Caldas, aconselhou os automobilistas a cumprirem "as regras no que diz respeito ao estacionamento em segunda fila", que é o que "mais preocupa" esta entidade, pois pode impedir a fluidez do tráfego.

As obras estão orçadas em 7,5 milhões de euros.

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  • J.Gonçalves
    28 abr, 2016 Lisboa 20:25
    Esta Câmara ( já vem do Antonio Costa) é anticarro. Tira espaços le4gais de estacionamento e de circulação. A utopia da ciclovia vale mais que o automóvel

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