Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Ricardo Salgado em liberdade por 3 milhões de euros

21 out, 2015 - 19:42

Ricardo Salgado estava em prisão domiciliária desde 24 de Julho. Em 2014, o ex-líder do BES pagou a mesma quantia de caução no âmbito do caso "Monte Branco".

A+ / A-

O ex-presidente do Banco Espírito Santo (BES) Ricardo Salgado viu esta quarta-feira as medidas de coacção no processo “Universo Espírito Santo” alteradas, podendo ficar em liberdade, mediante o pagamento de uma caução de três milhões de euros, revelou o Ministério Público.

“O arguido fica igualmente sujeito à proibição de contactos, designadamente com os restantes arguidos no processo, e à proibição de se ausentar para o estrangeiro”, refere uma nota à imprensa divulgada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Ricardo Salgado estava em prisão domiciliária desde 24 de Julho, no âmbito do processo "Universo Espírito Santo".

Em Agosto do ano passado, o ex-líder do BES pagou a mesma quantia de caução no âmbito do caso "Monte Branco".

A nota da PGR esclarece ainda que, “até ser proferido despacho que julgue válida a prestação de caução, o arguido permanecerá sujeito à obrigação de permanência na habitação”.

O ex-banqueiro mantém-se em prisão domiciliária, com polícia à porta da sua moradia em Cascais.

Depois de ter sido interrogado a 24 de Julho, pelo juiz Carlos Alexandre, do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), a pedido do Ministério Público, Ricardo Salgado ficou sujeito à obrigação de permanência na residência, sem vigilância electrónica (pulseira), mas com agentes da PSP à porta de casa, por se considerar existir perigo de fuga.

Além de Ricardo Salgado, que é também arguido num outro processo (Monte Branco) sobre branqueamento de capitais, foram ainda constituídos arguidos na investigação ao "Universo Espírito Santo" Isabel Almeida, ex-directora directora financeira do BES, que foi "braço direito" do antigo administrador Morais Pires, António Soares, ex-director do BES Vida, Pedro Luís Costa, ex-administrador do Espírito Santo Activos Financeiros, José Castella, antigo responsável pela tesouraria do Gupo Espírito Santo, e Cláudia Boal de Faria, que pertenceu à área de vendas e estruturação do BES, responsável pela área da poupança do Novo Banco.

Ricardo Salgado – antigo presidente do Banco Espírito Santo (BES) e do Grupo Espírito Santo (GES) – ficou também proibido, por decisão do juiz Carlos Alexandre, de contactar os outros cinco arguidos do caso.

Em causa, na investigação ao "Universo Espírito Santo", estão suspeitas da prática de crimes de falsificação, falsificação informática, burla qualificada, abuso de confiança, fraude fiscal, corrupção no sector privado e branqueamento de capitais.

Alguns dos arguidos na investigação foram ouvidos na comissão de inquérito parlamentar ao caso BES e viram os seus bens serem arrestados, em Junho, por forma a impedir a sua dissipação, pondo em causa pagamentos, em caso de condenação.

Duas décadas de BES

Depois de mais de 20 anos na liderança do BES, Salgado, 71 anos, deixou o cargo a 20 de Junho de 2014, antes da intervenção do Banco de Portugal na instituição financeira, ocorrida a 3 de Agosto de 2014.

Para trás, ficaram mais de duas décadas na liderança do BES: Ricardo Salgado assumiu, pela primeira vez, a presidência executiva do BES em 1991, após a reprivatização, iniciando um percurso que levou ao aumento da quota de mercado de 8% para 20% e à internacionalização do banco.

Casado e pai de três filhos, Ricardo Espírito Santo Silva Salgado nasceu a 25 de Junho de 1944, em Cascais, mas passou os primeiros anos da sua vida em Lisboa, na Lapa, onde viveu.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Manuel Monteiro
    22 out, 2015 Queluz 18:24
    Tem toda a responsabilidade, DEVOLVA O DINHEIRO !
  • António Alves
    22 out, 2015 Porto 16:38
    Não entendo! Então o sujeito não tem as contas, teres e haveres, congelados?
  • Que justiça esta...
    22 out, 2015 lis 11:26
    Quer dizer....o Homem está acusado de "usurpar" e enganar... Estão centenas de pessoas privadas de utilizar o seu dinheiro, muitas a passar grandes necessidades, á conta de alegadas trafulhices deste senhor....e agora, para se manter livre, basta pagar 3 milhões (o que é isso?....), com o dinheiro que (alegadamente) gamou...isto antes de ir a tribunal ser julgado e condenado (ou não), pelo dinheiro dos outros que (alegadamente) meteu ao bolso.....ESTA JUSTIÇA É TÃO INJUSTA, a meu ver...
  • Portas-insubmersível
    22 out, 2015 Lisboa 07:45
    E de quanto será a minha fiança daqui a uns meses? Espero poder pagar com componentes de submarinos, valha-me Deus.
  • José Soares de Pinho
    21 out, 2015 Gafanha da Nazaré 20:35
    Porque não prendem em primeiro lugar o dinheiro ?
  • Zé Povinho
    21 out, 2015 Liboa 20:11
    Justiça é injusta... pois tem resposta para ricos diferente da dos pobres. Perante o mesmo delito em igual grau, o rico, espera julgamento (mediante caução ) em liberdade é o pobre, na prisão.
  • jose
    21 out, 2015 lisboa 20:07
    Roubou pouco, para pagar 3 milhões para ficar em liberdade,Pena que os lesados do BES, ficam á espera de suas poupanças,Assim é a nossa justiça a funcionar em pleno.
  • josesantos
    21 out, 2015 jose 20:07
    Depois dizem que a liberdade não se compra ou se a a justiça é igual para ricos e para pobres!
  • António Tomás
    21 out, 2015 Pinhal Novo 20:01
    Ora haja dinheiro, mas assim tanto!? bolas isso é que ter dinheiro, onde foi buscar o dinheiro senhor Salgado? mas a noticia ainda diz que no ano passado pagou a mesma quantia por outro caso, o que faz 6 milhões de euros vai lá vai.
  • Eduardo
    21 out, 2015 Lagos 19:57
    Poderiam esclarecer que tipo de caução o juiz autorizou, foi monetária ou bancária, isso é que era importante que informassem.

Destaques V+