10 jan, 2025 - 09:36 • Redação com Lusa e Reuters
Pelo menos dez pessoas morreram nos incêndios que estão a afetar a cidade de Los Angeles, no sudoeste dos Estados Unidos, desde terça-feira, de acordo com o mais recente balanço.
Num comunicado, o Departamento de Medicina Legal do condado de Los Angeles disse ter sido "notificado de dez mortes relacionadas com incêndios".
"Todos os casos aguardam atualmente identificação e notificação aos familiares mais próximos", acrescenta-se no texto, divulgado na quinta-feira à noite.
"A identificação pode demorar várias semanas, uma vez que o Departamento de Medicina Legal não pode visitar todos os locais (...) devido às condições de incêndio e a questões de segurança", alertou.
O departamento sublinhou ainda que os "meios tradicionais de identificação", como as impressões digitais e a identificação visual, "podem não estar disponíveis" porque alguns corpos estão carbonizados.
O xerife do Condado de Los Angeles, Robert Luna, disse numa conferência de imprensa que esperava que o número aumentasse.
"Parece que uma bomba atómica caiu nessas áreas. Não espero boas notícias, e não estamos ansiosos por esses números", admitiu.
Já a chefe dos bombeiros de Los Angeles, Kristin Crowley, confirmou que duas mortes aconteceram devido ao incêndio de Pacific Palisades, que é já o mais destrutivo da história da cidade.
O incêndio num dos bairros mais ricos de Los Angeles já queimou mais de 70 quilómetros quadrados e mais de 5.300 habitações e outros edifícios, transformando bairros inteiros em cinzas.
No total, os incêndios florestais já destruíram mais de 117 quilómetros quadrados e mais de dez mil habitações e outros edifícios. Pelo menos 180 mil pessoas permanecem sob ordens obrigatórias de retirada das suas habitações.
A AccuWeather, uma empresa que fornece dados sobre o impacto de fenómenos meteorológicos extremos, elevou na quinta-feira a estimativa dos danos e perdas económicas dos incêndios para entre 135 e 150 mil milhões de dólares (entre 131 e 146 mil milhões de euros).
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O presidente Joe Biden, que já declarou um grande desastre na terça-feira, prometeu que o governo reembolsaria 100% da recuperação nos próximos 180 dias. O financiamento serve para pagar pela remoção de entulhos e materiais perigosos, abrigos temporários e salários dos socorristas.
"Eu disse ao governador e às autoridades locais para não pouparem despesas para fazer o que for preciso para conter esses incêndios", disse Biden.
No total, cinco incêndios florestais lavram em Los Angeles, com o maior incêndio de Pacific Palisades apenas 6% controlado pelos bombeiros. Já os incêndio de Eaton e Kenneth estão totalmente descontrolados.
Também um incêndio que irrompeu na quinta-feira, perto de Calabasas, uma das cidades mais ricas dos EUA e lar de inúmeras celebridades, cresceu rapidamente.
Já as equipas de combate ao incêndio conseguiram controlar completamente o incêndio em Hollywood Hills, depois de as chamas terem atingido o topo da colina famosa com o letreiro icónico de Hollywood.
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Depois da devastação, alguns moradores de Pacific Palisades estão a retornar para áreas onde o fogo já está apagado.
No bairro, apenas se veem chaminés de tijolos.
"Estamos vivos. É isso que importa", disse um dos residentes do bairro, admitindo que o cenário lhe fazia lembrar o Afeganistão, devastado pela guerra.
Os ventos diminuíram na quinta-feira, depois das rajadas de 160 km/h do início da semana, que dificultaram o combate às chamas. No entanto as autoridades já avisaram que os ventos se intensificaram novamente durante a noite.