10 jan, 2025 - 20:20 • Redação
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DEA) informou esta quarta-feira que o japonês Takeshi Ebisawa, alegado líder da Yakuza, desclarou-se culpado de envolvimento no tráfico de materiais nucleares, drogas e armas.
Ebisawa tem sido investigado pela DEA desde 2019, devido à sua atuação numa rede internacional de crime organizado envolvendo o Japão, Myanmar, Tailândia e outros países. No entanto, foi detido em Manhattan em 2022, juntamente com mais três acusados: Somphop Sighasiri, Suksan Jullanan e Sompak Rukrasaranee.
Edwar Y. Kim, procurador interino dos Estados Unidos, declarou: "Simultaneamente, ele tentou enviar grandes quantidades de heroína e metanfetamina para os Estados Unidos em troca de armamento pesado, como mísseis terra-ar, destinados a serem utilizados nos campos de batalha em Myanmar."
Ebisawa procurou intermediar a venda de urânio e plutónio para programas de armamento nuclear e organizou transações de heroína e metanfetamina destinadas aos Estados Unidos, em troca de armamento pesado, como mísseis terra-ar. Foi ainda acusado de lavagem de dinheiro proveniente do narcotráfico.
Durante a investigação, o departamento infiltrou um agente secreto na rede investigada, resultando na apreensão de amostras de urânio e plutónio de grau militar.
Acreditando estar perante um cúmplice, Takeshi Ebisawa apresentou, sem o saber, um agente disfarçado à sua rede criminosa internacional. Negociou com o ele a compra de mísseis terra-ar e outras armas pesadas destinadas a grupos armados em Myanmar, em troca de heroína e metanfetamina que seriam vendidas em Nova Iorque.
Ele acreditava que as armas eram de fabrico americano e provenientes de bases dos EUA no Afeganistão.
Noutra transação, Ebisawa planeou vender 500 quilos de heroína e 500 quilos de metanfetamina ao agente da DEA, tendo enviado amostras das drogas em 2021. Além disso, tentou lavar 100.000 dólares de lucros do narcotráfico para o Japão.
No início de 2020, Ebisawa revelou que tinha acesso a materiais nucleares para venda. Enviou fotografias de substâncias radioativas e prometeu fornecer plutónio, que seria mais "poderoso" do que o urânio, a um "general iraniano" (na verdade, o agente infiltrado). Propôs ainda vender urânio para financiar armas para os rebeldes birmaneses.
Em 2022, um cúmplice informou o agente de que possuía mais de 2.000 quilos de tório-232 e 100 quilos de urânio "yellowcake". Também apresentou amostras embaladas para conter radiação. Durante reuniões no Sudeste Asiático, Ebisawa e os seus parceiros exibiram as amostras nucleares ao agente, que foram confiscadas e confirmadas como contendo plutónio de grau militar.