14 nov, 2024 - 22:56 • Ricardo Vieira, com Reuters
O polémico Robert F. Kennedy Jr., um ativista ambiental que espalhou desinformação durante a pandemia de covid-19, é a escolha do Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, para liderar o Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS, na sigla inglesa )da próxima Administração norte-americana, que toma posse a 20 de janeiro.
Oriundo de uma família com tradição na política norte-americana, o próximo "ministro" da Saúde dos EUA candidatou-se às eleições presidenciais de 5 novembro, mas acabou por desistir a favor de Donald Trump, em troca de um "emprego" no futuro governo.
"A segurança e a saúde de todos os americanos é o papel mais importante de qualquer administração, e o HHS desempenhará um grande papel para ajudar a garantir que todos estarão protegidos de produtos químicos nocivos, poluentes, pesticidas, produtos farmacêuticos e aditivos alimentares que contribuíram para a esmagadora crise de saúde neste país", escreveu Donald Trump numa publicação nas redes sociais.
Robert F. Kennedy Jr. vai supervisionar a agência de alimentação e medicamentos, os centros para o controlo e prevenção de doenças, os institutos nacionais de saúde e os seguros de saúde públicos Medicare e Medicaid, que garantem cobertura de saúde para os norte-americanos mais carenciados, aos maiores de 65 anos e a pessoas com deficiências.
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O orçamento do HHS para 2024 rondou os três biliões de dólares, o equivalente a 22,8% do orçamento federal.
Filho de Robert F. Kennedy, o antigo procurador-geral assassinado em 1968, o próximo responsável pelo Departamento de Saúde é conhecido pelas suas posições polémicas em relação a vacinas e por espalhar desinformação durante a pandemia de covid-19.
Kennedy foi criticado por fazer alegações médicas falsas, incluindo que as vacinas estão ligadas ao autismo. Durante a pandemia, opôs-se contra as restrições estaduais e federais para tentar travar o vírus.
O política que anteriormente militou no Partido Democrata preside à Children's Health Defense (Defesa da Saúde Infantil, em tradução livre), uma organização sem fins lucrativos que se dedica a propagar mensagens anti-vacinas.
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Numa entrevista em março, quando ainda estava na corrida à Casa Branca presidência, disse que os americanos continuariam a ter acesso a vacinas se fosse eleito, mas disse duvidar da eficácia das vacinas contra o sarampo, um dos vírus mais contagiosos que pode ser praticamente erradicado através de campanhas de vacinação.
A campanha de Robert F. Kennedy Jr. ficou marcada por declarações bizarras, em que revelou ter atirado um urso morto para um lago, no Central Park, em Nova Iorque, há uma década.
Também afirmou que tinha “tantos esqueletos no armário” depois que uma ex-ama da família o ter acusado de agressão sexual e confirmou um relato de que tinha um parasita no cérebro há mais de uma década, mas desde então conseguiu recuperar totalmente.
Robert F. Kennedy Jr. é o mais recente nome da nova Administração norte-americana a ser revelado. Donald Trump anunciou também Matt Gaetz para o importante cargo de procurador-geral dos Estados Unidos e Elon Musk para o Departamento de Eficiência Governamental, entre outros.