13 nov, 2024 - 07:16 • Hugo Monteiro
Um estudo do Global Carbon Project, publicado esta quarta-feira, conclui que em 2024, as emissões de dióxido de carbono a partir de fontes fósseis deverão subir 0,8% relativamente ao ano passado, para um recorde de 37,4 mil milhões de toneladas.
Se a este número for somado o valor das emissões resultantes de alterações do uso do solo (como a desflorestação), então ele será superior a 41 mil milhões de toneladas, contra 40,6 mil milhões no ano passado.
Em comunicado, os investigadores responsáveis pelo estudo concluem que ainda não há indícios de que o mundo tenha atingido o pico das emissões de CO2, uma vez que estas deverão continuar a subir.
“Os impactos das alterações climáticas estão a tornar-se cada vez mais dramáticos, mas ainda não há sinais de que a queima de combustíveis fósseis tenha atingido o seu pico”, afirma Pierre Friedlingstein, do Global Systems Institute de Exeter, que liderou o estudo, citado no comunicado de imprensa.
Por isso, alerta, “o tempo está a esgotar-se para cumprir os objetivos do Acordo de Paris - e os líderes mundiais reunidos na COP29 têm de reduzir rápida e profundamente as emissões de combustíveis fósseis para termos a possibilidade de nos mantermos bem abaixo dos 2°C de aquecimento em relação aos níveis pré-industriais.”
Ao ritmo atual de emissões, o Global Carbon Project estima em 50% a probabilidade de o aquecimento global exceder 1,5°C de forma consistente em cerca de seis anos.
No entanto, os responsáveis pelo estudo reconhecem os efeitos positivos da crescente utilização das energias renováveis e dos automóveis elétricos.