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Países arábes e islâmicos querem Israel congelado na ONU e sem mais armas

11 nov, 2024 - 22:36

Países arábes e islâmicos exigiram que o Conselho de Segurança da ONU "force Israel a parar as suas políticas".

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Os líderes de mais de 50 países árabes e islâmicos decidiram esta segunda-feira, durante uma cimeira extraordinária, instigar a comunidade internacional a "congelar a participação de Israel na ONU" e proibir a exportação de armas para o Estado judaico.

De acordo com o comunicado final da cimeira, realizada em Riade, os líderes destes países manifestaram "a necessidade de mobilizar o apoio internacional para congelar a participação de Israel nas Nações Unidas", na sequência de um pedido semelhante apresentado pela Malásia no início de novembro.

Além disso, exigiram que o Conselho de Segurança da ONU "force Israel a parar as suas políticas" e que todos os governos do mundo "proíbam a exportação ou transferência de armas" para o Estado judaico, com o "objetivo de obrigar" o executivo israelita a "respeitar o direito internacional".

Esta exigência surge depois de os líderes destes Estados membros da Liga Árabe e da Organização de Cooperação Islâmica (OCI) terem denunciado, durante a cimeira, a "inação da comunidade internacional" em pressionar Israel para parar as guerras na Faixa de Gaza e no Líbano.

Da mesma forma, denunciaram "os duplos pesos e medidas na aplicação do direito internacional" e da Carta das Nações Unidas, considerando que "esta dualidade mina gravemente a credibilidade dos Estados que protegem Israel de ser responsabilizado".

Sobre este aspeto, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Arábia Saudita, Faisal bin Farhan, lamentou, numa conferência de imprensa no final da cimeira, a "inação por parte da comunidade internacional e das suas instituições" para pressionar Israel, num momento em que esse trabalho deve ser feito "para alcançar a justiça e aplicar o direito internacional".

"A cimeira pretende que todos ouçamos o mundo árabe e islâmico e compreendamos que estamos indignados com os crimes e violações cometidos por Israel (…) A solução de dois Estados é o caminho para a paz na região", afirmou, defendendo a criação de um Estado palestiniano independente.

Bin Farhan adiantou ainda que "a solução de dois Estados estava a morrer lentamente, mas existe agora um grande consenso entre a comunidade internacional", o que considerou "um grande progresso".

Também o secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Abulgueit, considerou que a criação de um Estado palestiniano "é uma questão de tempo", mas alertou que "a sua criação deve ser acelerada" porque o mundo islâmico "não permitirá que se passem anos" sem a aplicação desta solução.

Os dois políticos árabes fizeram estas declarações num dia em que o colono israelita e ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, afirmou que existe consenso entre o Governo e a oposição "contra o estabelecimento de um Estado palestiniano", argumentando que "colocaria em perigo a existência do Estado Israel".

A cimeira que decorreu hoje realizou-se exatamente um ano depois de outra semelhante, em que os líderes da Liga Árabe e da OCI apelaram à cessação das hostilidades em Gaza, mas não conseguiram adotar medidas concretas para atingir esse objetivo.

O encontro, que juntou mais de 50 países árabes e islâmicos teve como objetivo unificar posições sobre a forma de pressionar o fim das guerras de Israel em Gaza e no Líbano, que, em pouco mais de um ano, mataram mais de 46.000 pessoas, sobretudo no enclave palestiniano.

A Cimeira Extraordinária de Riade foi precedida, no domingo, por uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da OCI, em que o chefe da diplomacia libanesa, Abdullah Bou Habib, apelou ao apoio à vontade de Beirute de colocar o exército libanês ao longo da fronteira com Israel, em conformidade com a resolução 1701 da ONU, a fim de pôr termo à guerra.

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