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Amnistia Internacional preocupada com silêncio da Federação Portuguesa de Futebol

11 nov, 2024 - 08:38 • Hugo Monteiro , Olímpia Mairos

A Amnistia Internacional apresenta esta segunda-feira um relatório que aponta falhas na apresentação de garantias de respeito dos direitos humanos nos processos de candidatura aos mundiais de futebol de 2030 e 2034, incluindo em Portugal.

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A Amnistia Internacional está preocupada com silêncio da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) pela forma como a candidatura conjunta com Espanha e Marrocos ao Mundial de 2030 irá garantir o respeito pelos Direitos Humanos durante a competição.

A organização divulga esta segunda-feira um relatório onde diz que a candidatura não descreve adequadamente a forma como irá cumprir as normas exigidas.

Em declarações à Renascença, Inês Subtil, coordenadora de investigação e advocacia da Amnistia Internacional, admite preocupação com o que diz ser o silêncio parte da FPF e sublinha que FIFA deveria condicionar a atribuição do Campeonato do Mundo de Futebol ao desenvolvimento de uma estratégia credível de direitos humanos.

“Em relação a 2030, que esta candidatura seja condicionada a uma elaboração de estratégias de direitos humanos mais específicas e exaustivas, e que incluam uma consulta significativa das partes interessadas”, explica.

Inês Subtil diz que em relação a Portugal, a Amnistia fez “perguntas muito claramente à Federação Portuguesa de Futebol” - várias vezes-, nomeadamente sobre quem foram as organizações de direitos humanos que foram consultadas neste processo, e que “infelizmente” não teve qualquer resposta.

“Isto deixa-nos muito preocupados em relação à seriedade com que foi encarada esta elaboração desta estratégia e desta avaliação de riscos em termos de direitos humanos”, assinala.

Já quanto ao Mundial de 2034, a Amnistia pede que se retire a sua organização à Arábia Saudita.

“A recomendação da Amnistia é que deve ser interrompido o processo de atribuição, porque dado o historial da Arábia Saudita, dado os riscos gigantescos de fazer acontecer um campeonato no mundo, num país, onde ocorrem violações de direitos humanos generalizadas, isto parece-nos gravíssimo”, sublinha.

Nestas declarações à Renascença, Inês Subtil lembra que a atribuição formal da organização dos dois mundiais vai acontecer daqui a um mês, sem que sejam conhecidas as estratégias para garantir que vão ser respeitados os direitos humanos - tal como a FIFA exige.

“E agora que estamos a um mês desta votação, confirmação final, no Congresso da FIFA, o que nós vemos são dossiês de candidatura que realmente têm muitos pormenores para as partes das infraestruturas, mas em relação às avaliações e estratégias de direitos humanos têm graves falhas e omissões, o que nos leva a crer que este processo está encanzinado e que é uma farsa”, adverte.

A coordenadora de investigação e advocacia da Amnistia Internacional insiste que “nenhuma das candidaturas, inclusive a de Portugal, demonstrou de maneira satisfatória como é que os países vão abordar estes riscos em matéria de direitos humanos”.

De acordo com Inês Subtil, “as federações eram obrigadas, além de apresentar os planos pormenorizados relativamente às infraestruturas, e isso fizeram, também a apresentar avaliações e estratégias de direitos humanos e que, segundo o próprio regulamento e as normas da FIFA, teria um caráter vinculativo, totalmente vinculativo”, completa.

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