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Cheias em Valência

“Mazón dimisión”. Manifestação em Valência pede a demissão do governo regional

09 nov, 2024 - 22:19 • Diogo Camilo e Lusa

Marcha que juntou mais de 130 mil pessoas foi pacífica, mas ficou marcada por incidentes isolados em frente à Câmara Municipal, onde um grupo de jovens atirou lama à fachada do edifício.“Nós manchados de lama, vocês manchados de sangue”, foi a palavra de ordem para alertar para as consequências da tragédia que fez mais de 220 mortos na região.

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Mais de 130 mil pessoas manifestaram-se este sábado no centro de Valência, pedindo a demissão do presidente da Comunidade Valenciana, Carlos Mazón, e do primeiro-ministro, Pedro Sánchez. Os protestos contra a gestão das cheias da passada semana, que causaram 215 mortes na região, acabaram em violência contra a polícia, com três detidos, e num cordão de segurança junto à sede do governo regional.

Três manifestantes foram detidos e 30 polícias ficaram feridos nos tumultos. Segundo fontes policiais, os autores dos distúrbios pertencem alegadamente à extrema-esquerda e, desde o início da manifestação, tentaram dispersá-la. No final, um grupo de manifestantes atacou os agentes que se dirigiam para a Generalitat e que tiveram de intervir.

Manifestação em Valência junta milhares de pessoas que pedem demissão de Mazón e responsabilidades na tragédia
Manifestação em Valência junta milhares de pessoas que pedem demissão de Mazón e responsabilidades na tragédia

No início da manifestação ocorreram incidentes em frente à Câmara Municipal, onde um grupo de jovens mancharam a fachada do Palau de la Generalitat de lama, obrigando à intervenção da tropa de choque. Em comunicado, a autarquia lamentou o “terrível vandalismo” que o edifício sofreu durante a manifestação.

Segundo o comunicado, “foi anulada uma tentativa de atear fogo à porta principal, que teve de ser apagado com extintores pela polícia que se encontrava no interior do edifício”. “Além disso, diversas janelas foram partidas e foram pintados vários ‘grafittis’ nas paredes”, acrescentou.

A marcha foi, na maior parte, pacífica, com alguns incidentes isolados, como o arremesso de cadeiras ou garrafas contra a polícia.

“Mazón demissão” e “nós manchados de lama, vocês manchados de sangue” foram algumas das palavras de ordem e das frases entre as faixas erguidas pelos manifestantes.

Pelo menos 223 pessoas morreram nas inundações de 29 de outubro e há registo de 50 pessoas desaparecidas, segundo os balanços oficiais mais recentes.

O Governo de Espanha declarou na terça-feira "zona de catástrofe" a região de Valência e aprovou um primeiro pacote de 10.600 milhões de euros em ajudas às populações e empresas afetadas pelas inundações.

Espanha iniciou já também os procedimentos para ativar o fundo de solidariedade da União Europeia e pediu a aprovação urgente no Parlamento Europeu de uma alteração aos regulamentos dos fundos de coesão, para os poder reprogramar e destinar à zona afetada pelas inundações, por estar em causa um desastre natural.

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