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Maputo. Polícia repele dezenas de manifestantes com gás lacrimogéneo

07 nov, 2024 - 08:14 • Lusa

O protesto desta quinta-feira foi convocado pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane que apela a uma greve geral durante 7 dias, em protesto contra o resultado das eleições presidenciais, que deram a vitória à Frelimo.

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A cidade de Maputo acordou esta quinta-feira para uma manhã tensa. praticamente deserta, com pequenos grupos de pessoas a caminho do trabalho, apesar do encerramento quase total das atividades, e com uma forte presença de polícia e militares na rua.

A polícia está a repelir dezenas de manifestantes numa das avenidas centrais de Maputo com recurso a gás lacrimogéneo. As imagens difundidas pela televisão pública de Moçambique mostram ruas bloqueadas, pneus queimados e várias montras partidas.

O protesto desta quinta-feira foi convocado pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane que apela a uma greve geral durante 7 dias, em protesto contra o resultado das eleições presidenciais, que deram a vitória à Frelimo.

Tal como acontece há uma semana, registam-se novamente fortes condicionalismos no acesso à Internet, nomeadamente redes sociais.

O anúncio pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique a 24 de outubro, em que atribuiu a vitória a Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder desde 1975) na eleição a Presidente da República, com 70,67% dos votos, espoletou protestos populares, convocados por Venâncio Mondlane.

Segundo a CNE, Mondlane ficou em segundo lugar, com 20,32%, mas este afirmou não reconhecer os resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.

Após protestos nas ruas que paralisaram o país, Mondlane convocou novamente a população para uma paralisação geral de sete dias, desde 31 de outubro, com protestos nacionais e uma manifestação concentrada em Maputo convocada para hoje.

A Ordem dos Advogados de Moçambique alertou que "existem todos os condimentos" para que haja "um banho de sangue", apelando a "um diálogo genuíno" para que isso não aconteça.

Hoje cumpre-se o oitavo dia de paralisação e manifestações em todo o país, com a generalidade a levar à intervenção da polícia, que dispersa com tiros e gás lacrimogéneo, enquanto os manifestantes cortam avenidas, atiram pedras e incendeiam equipamentos públicos e privados.

[Atualizado às 09h20]

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