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Ex-ministro da Defesa diz ter sido demitido por contradizer Netanyahu sobre guerra e reféns

05 nov, 2024 - 23:15 • Agência Lusa

Yoav Gallant diz que foi demitido por defender "recrutamento universal [incluindo de judeus ultraortodoxos]," resgate dos reféns e "uma comissão de inquérito estadual sobre o dia 7 de Outubro".

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O ex-ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, reconheceu hoje que foi demitido por ter contradito o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, em três temas relacionados com a guerra, defendendo que os reféns detidos em Gaza devem regressar o "mais rapidamente possível".

"Fui demitido por causa de um desacordo sobre três questões: a minha posição firme sobre o recrutamento universal [incluindo de judeus ultraortodoxos], o compromisso de devolver os reféns e a necessidade de uma comissão de inquérito estadual sobre o dia 7 de Outubro", frisou Gallant, durante um discurso na televisão.

Israel deve garantir o regresso dos reféns mantidos em cativeiro "o mais rapidamente possível" e "enquanto estiverem vivos", mesmo à custa de um "doloroso compromisso", frisou.

Gallant defendeu também que "todos devem servir no exército e participar na missão de defender o Estado", referindo-se aos homens da comunidade judaica ultraortodoxa, alguns dos quais estavam isentos do serviço militar até decisão contrária do Supremo Tribunal em junho.

Netanyahu, por seu lado, recusa-se a implementar esta ordem jurídica face à ameaça expressa dos dois partidos ultraortodoxos da sua coligação — Shas e Judaísmo da Torá Unida — de desmembrar o Governo se os seus jovens, até agora dedicados durante toda a vida à oração e ao estudo da Torah, forem recrutados.

Gallant apelou ainda à necessidade de implementar uma "investigação profunda", através de uma comissão nacional, para identificar os responsáveis pela violação de segurança que permitiu o ataque múltiplo e letal do Hamas em solo israelita há mais de um ano.

Netanyahu demitiu hoje o ministro da Defesa, Yoav Gallant, com quem as relações se tornaram tensas durante a guerra em Gaza, e nomeou para o substituir o atual chefe da diplomacia, Israël Katz.

"Surgiram divergências significativas entre mim e o senhor Gallant na condução da campanha [militar], acompanhadas de declarações e ações que contradiziam as decisões do Governo e do gabinete", frisou Netanyahu.

Israël Katz, até agora chefe da diplomacia israelita — cargo que será a partir de agora ocupado por Gideon Saar, anunciou Netanyahu —, "já deu provas das suas capacidades e dos seus contributos para a segurança nacional", escreveu o primeiro-ministro para explicar a sua escolha.

Katz foi ministro das Finanças, ministro das Informações e um membro "de longa data" do Gabinete de Segurança. Com a alcunha de "bulldozer", Katz "alia a responsabilidade e a calma na resolução de problemas que são essenciais para liderar esta campanha", prosseguiu Netanyahu.

Antigo general que se tornou político, Yoav Gallant era considerado um "falcão" dentro do Governo, na condução da ofensiva israelita na Faixa de Gaza, desde o sangrento ataque do movimento islamita palestiniano Hamas ao sul de Israel, a 07 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra naquele enclave palestiniano.

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