02 nov, 2024 - 10:16 • João Cunha , enviado a Valência, com Redação e Lusa
O presidente do Governo de Espanha, Pedro Sánchez, atualizou este sábado para 211 o número de mortos em resultado da tempestade que afetou o país e em especial a Comunidade Valenciana. Mais cedo, neste sábado, o ministro do Interior, Fernando Grande-Marlaska, tinha avançado, numa entrevista à Cadena SER, o número de 207 mortos.
Numa comunicação ao país, a partir da residência oficial da Moncloa, Sánchez anunciou também um reforço de meios para o o local da tragédia com o envio de cinco mil militares nas próximas 24 horas e a duplicação do número de agentes policiais no terreno, ou seja, mais dez mil homens.
Sánchez reconheceu que há uma "situação trágica" e uma resposta insuficiente das autoridades.
"A situação que vivemos é trágica, é dramática", disse, sublinhando que o leste de Espanha, e sobretudo a região de Valência, foi atingida na terça-feira por um temporal que provavelmente provocou as inundações mais graves deste século em todo o continente europeu.
"Estou consciente de que a resposta que se está a dar não é suficiente. Sei. Sei que há problemas e carências, que ainda há serviços colapsados, municípios sepultados pelo lodo, pessoas desesperadas que procuram os seus familiares, pessoas que não conseguem aceder às suas casas, lares destruídos e sepultados pela lama. Temos de melhorar", afirmou Sánchez.
O primeiro-ministro apelou à união das administrações e garantiu todo o apoio que for necessário ao governo regional da Comunidade Valenciana (do Partido Popular), a quem compete a coordenação da resposta no terreno e as solicitações de meios ao Estado central, como lembrou o hoje o próprio Sánchez.
No imediato, e em resposta a um pedido desta manhã da Comunidade Valenciana, serão enviados mais 5.000 militares para o terreno, onde já estão mais de 2.000 elementos das Forças Armadas, disse Sánchez.
O primeiro-ministro anunciou também mais 5.000 elementos das forças de segurança nacionais (Polícia e Guarda Civil).
As autoridades de Valência restringiram, entretanto, esta madrugada a circulação de veículos nas zonas mais afetadas pelas cheias em Espanha, limitando-a aos serviços essenciais e às empresas responsáveis por garantir o fornecimento de serviços básicos.
A decisão surgiu horas depois do governo regional da Comunidade Valenciana ter avisado que ponderava tomar medidas para restringir os acessos a diversos locais, sobretudo, durante o fim de semana.
A Direção-Geral do Tráfico espanhol alertou esta madrugada que continuavam a registar-se muitos problemas nas estradas das regiões de Valência e Castellón.
De acordo com a Agência Estatal de Meteorologia espanhola, continuará a chover hoje nas ilhas Baleares, na Catalunha e na Comunidade Valenciana, pelo que recomendou não circular de carro por estas zonas.