02 nov, 2024 - 11:36
As autoridades valencianas e espanholas terão localizado, mas ainda não recolhido 70 corpos dos escombros das enxurradas.
A informação é avançada este sábado pelo jornal online espanhol "elDiario.es".
O jornal diz ter tido também acesso a uma ata de uma reunião do comité de emergência da DANA onde é referida a contabilização de 1.900 relatos de pessoas desaparecidas. Trata-se de um número provisório de pessoas que foram dadas como desaparecidas no serviço de urgência 112, que criou um número de telefone especial.
Na quinta-feira, 600 pessoas que estavam registadas como desaparecidas foram finalmente localizadas durante o dia. O número de 1.900 pessoas desaparecidas poderá também ser reduzido à medida que forem localizadas pessoas inicialmente consideradas não localizadas ou devido a uma possível duplicação de chamadas efectuadas por diferentes familiares ou amigos.
Numa reunião do gabinete de crise, presidido pelo Presidente da Comunidade Valenciana, Carlos Mazón, que contou com a presença do ministro do Interior, Fernando Grande-Marlaska, foram feitos alertas sobre a possibilidade de vítimas mortais em veículos enlameados em estradas secundárias.
As autoridades suspeitam de que mais vítimas possam estar no parque de estacionamento subterrâneo de um centro comercial da região de Valência, entupido por lama das enxurradas de terça-feira.
O presidente do Governo de Espanha, Pedro Sánchez, atualizou este sábado para 211 o número de mortos em resultado da tempestade que afetou o país e em especial a Comunidade Valenciada. Mais cedo, neste sábado, o ministro do Interior, Fernando Grande-Marlaska, tinha avançado, numa entrevista à Cadena SER, o número de 207 mortos.
Numa comunicação ao país, a partir da residência oficial da Moncloa, Sánchez anunciou também um reforço de meios para o o local da tragédia com o envio de cinco mil militares nas próximas 24 horas e a duplicação do número de agentes policiais no terreno, ou seja, mais dez mil homens.
Sánchez reconheceu que há uma "situação trágica" e uma resposta insuficiente das autoridades.
"A situação que vivemos é trágica, é dramática", disse, sublinhando que o leste de Espanha, e sobretudo a região de Valência, foi atingida na terça-feira por um temporal que provavelmente provocou as inundações mais graves deste século em todo o continente europeu.
"Estou consciente de que a resposta que se está a dar não é suficiente. Sei. Sei que há problemas e carências, que ainda há serviços colapsados, municípios sepultados pelo lodo, pessoas desesperadas que procuram os seus familiares, pessoas que não conseguem aceder às suas casas, lares destruídos e sepultados pela lama. Temos de melhorar", afirmou Sánchez..