30 out, 2024 - 10:48 • André Rodrigues
“Foram horas de caos”. Em poucas palavras, Marco Carlos, um camionista português retido numa autoestrada em Valência, faz à Renascença o rescaldo de uma madrugada em que viu “pessoas aos gritos, carros cheios de água” e onde até teve de ajudar um doente diabético.
“Estava no carro à minha frente, estava a sentir-se mal e entrou em pânico, porque não conseguia tomar a medicação”, conta.
Marco Carlos está parado na AP-7, mesmo à saída de Valência e lá deverá continuar, “pelo menos, um dia e meio a dois dias”. O camionista diz que já informou a empresa de que a operação de descarga em Almancil, no Algarve, vai ser adiada.
"Um carro estava à minha frente. O senhor era diabético e estava a sentir-se mal"
Desde a noite de terça-feira a cidade espanhola es(...)
“Daqui até lá, tenho cerca de 850 quilómetros pela frente. É um dia de trabalho. Mesmo que eu fique dois dias aqui à espera, ainda tenho outro dia de viagem, só lá para sábado é que vou chegar a casa”, antecipa.
E comida? Marco diz que isso não é um problema. Sempre que sai para o estrangeiro, tem o hábito de “ter sempre alguma coisa para o caso de haver uma situação mais grave, ou algum dia de atraso… Não é a comida mais saudável, mas dá sempre para manter”.
"Só lá para sábado é que vou chegar a casa", antecipa camionista português retido em Valência
As autoridades espanholas atualizaram o número de vítimas mortais para 64, na sequência das inundações no país: além dos 62 mortos em Valência, há registo de duas vítimas mortais em La Mancha. Há ainda um número indeterminado de pessoas desaparecidas.