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Irão pede reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU

27 out, 2024 - 13:55 • Lusa

O ministro iraniano afirmou que o envolvimento dos EUA na criação de tensões na região "é bastante óbvio".

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Teerão pediu este domingo uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU para "tomar uma posição firme e condenar forte e claramente" os ataques de Israel contra o país persa, que causaram na véspera a morte de quatro soldados iranianos.

"Tendo em conta as consequências das agressões contínuas e sistemáticas do regime israelita, a República Islâmica do Irão apela ao Secretário-Geral da ONU (António Guterres) e ao Conselho de Segurança para que tomem uma posição firme e condenem forte e claramente o regime israelita", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araqchi, numa carta dirigida a Guterres e aos membros do Conselho de Segurança, segundo a IRNA.

O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araqchi, afirmou que "o Irão não tem limites para proteger e defender os seus interesses, a sua integridade territorial e o seu povo".

Além disso, numa entrevista telefónica à televisão estatal, o chefe da diplomacia iraniana sublinhou que "todos os países da região do Médio Oriente e outros Estados como o Japão, a Malásia e a Indonésia, e mesmo alguns europeus" condenaram a agressão israelita, que denunciou como tendo sido levada a cabo com a cumplicidade dos EUA.

"Os americanos forneceram um corredor para a força aérea israelita e o equipamento de defesa que lhes foi enviado antecipadamente é considerado uma espécie de participação nas recentes operações", denunciou Araqchi.

O ministro iraniano afirmou que o envolvimento dos EUA na criação de tensões na região "é bastante óbvio".

Segundo as forças armadas iranianas, os caças israelitas utilizaram o espaço aéreo americano no Iraque para lançar mísseis ar-terra de longo alcance contra os sistemas de defesa aérea e os radares iranianos nas províncias de Ilam, Khuzestan e Teerão, matando quatro soldados.

No entanto, os responsáveis norte-americanos afirmaram que Washington não esteve diretamente envolvido no ataque e que envidou esforços diplomáticos intensos para garantir que a resposta de Israel fosse proporcional e evitasse alvos nucleares ou petrolíferos.

Entretanto, o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, disse que o seu país "responderá a qualquer estupidez com tato e inteligência", referindo-se aos ataques israelitas de sábado contra alvos militares no Irão que mataram quatro soldados.

"Os inimigos do Irão devem saber que este povo corajoso defende destemidamente a sua terra e responderá a qualquer estupidez com tato e inteligência", avisou Pezeshkian na sua conta X no final do dia de sábado.

O presidente iraniano elogiou as forças militares que perderam a vida nos bombardeamentos israelitas e expressou condolências às suas famílias.

O Exército iraniano anunciou no sábado a morte de quatro soldados "enquanto defendiam a segurança dos céus do Irão" face aos ataques israelitas.

O Estado judaico qualificou os ataques como "ataques precisos contra alvos militares" no Irão, em represália, disse, "pelos meses de ataques contínuos do regime iraniano contra o Estado de Israel", referindo-se aos dois ataques diretos de Teerão ao seu território e às ofensivas dos seus aliados na aliança anti-israelita "Eixo da Resistência", que inclui o Hezbollah do Líbano, o Hamas palestiniano e os Houthis do Iémen, entre outros.

Mesmo assim, o Estado-Maior das Forças Armadas iranianas reservou-se o direito de responder ao bombardeamento israelita que, além de causar quatro mortos, danificou também alguns radares.

O Irão atacou Israel em 1 de outubro com cerca de 180 mísseis em resposta ao assassínio do líder do Hezbollah, Hassan Nasrala, em Beirute, e do líder do Hamas, Ismael Haniyeh, em Teerão, em julho.

Este foi o segundo ataque do Irão contra Israel, depois de ter lançado pela primeira vez uma série de mísseis e ataques de drones em território israelita em abril passado.

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