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Guerra Israel-Hamas

EUA avisam Israel: ou melhora situação humanitária em Gaza ou perde ajuda militar

15 out, 2024 - 18:45 • João Pedro Quesado com Reuters

Estados Unidos têm repetidamente pressionado Israel a melhorar as condições humanitárias em Gaza. Apesar disso, e das cedências inexistentes de Netanyahu, a administração de Joe Biden tem-se recusado a impor restrições aos milhares de milhões de dólares em apoio militar que os EUA enviam a Israel.

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Os Estados Unidos da América (EUA) avisaram Israel para tomar medidas para melhorar a situação humanitária na Faixa de Gaza nos próximos 30 dias, com a possível consequência de enfrentar restrições na ajuda militar norte-americana caso não cumpra.

Este é o mais recente numa série de avisos dos EUA a Israel desde há um ano, quando iniciou os ataques com o propósito de derrotar o Hamas após o atentado de 7 de outubro.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e o secretário de Defesa, Lloyd Austin, escreveram a responsáveis israelitas no domingo, exprimindo preocupação sobre a deterioração da situação humanitária no enclave palestiniano, confirmaram as autoridades norte-americanas esta terça-feira.

"Estamos a escrever agora para sublinhar a profunda preocupação do governo dos EUA sobre a deterioração da situação humanitária em Gaza, e pedimos ações urgentes e sustentadas pelo vosso governo este mês para inverter a trajetória", pode ler-se na carta de Blinken e Austin aos homólogos israelitas, publicada na rede social X por um jornalista do site "Axios". A veracidade da carta foi confirmada à Reuters por fontes oficiais.

A carta é o mais recente e mais claro ultimato até agora ao governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu desde o início dos atuais ataques na Faixa de Gaza, levantando a possibilidade de uma mudança no apoio de Washington a Israel.

Os EUA têm repetidamente pressionado Israel a melhorar as condições humanitárias em Gaza desde o início da resposta militar ao ataque do Hamas, a 7 de outubro de 2023. Apesar disso, e das cedências inexistentes de Netanyahu, a administração de Joe Biden tem-se recusado a impor restrições aos milhares de milhões de dólares em apoio militar que os EUA enviam a Israel.

A Casa Branca, que tem consistentemente sublinhado o apoio ao direito de Israel se defender, parece querer equilibrar as críticas às ações de Israel na Faixa de Gaza com um forte apoio militar. No dia em que a carta foi enviada, os EUA anunciaram a colocação de militares e de um sistema avançado de defesa anti-aérea contra mísseis em Israel.

Segundo a Reuters, o fornecimento de comida caiu a pique desde que as autoridades israelitas estabeleceram novas regras aduaneiras sobre ajuda humanitária, estando ainda a reduzir, em separado, as entregas organizadas por empresas.

Os EUA afirmaram na semana passada, no Conselho de Segurança da ONU, que Israel precisa de corrigir urgentemente as "condições catastróficas" entre os civis palestinianos na Faixa de Gaza, parando de "intensificar o sofrimento" ao limitar as entregas de ajuda.

A carta especificou passos que Israel deve tomar dentro de 30 dias, incluindo permitir a entrada diária de pelo menos 350 camiões por dia, a instituição de pausas nos combates para permitir a entrega de ajuda humanitária e o cancelamento de ordens de evacuação para os palestinianos quando não há necessidades operacionais.

Já este ano, Antony Blinken concluiu que Israel pode ter violado a lei humanitária internacional ao usar armas fornecidas pelos EUA e não "cooperar totalmente" com os esforços para fazer ajuda humanitária entrar na Faixa de Gaza - mas disse que isso não representava uma quebra da lei norte-americana.

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