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Israel protesta por ONG Nobel da Paz comparar Gaza com ataques nucleares de 1945

13 out, 2024 - 17:50 • Lusa

A comparação foi feita pelo copresidente da ONG, Toshiyuki Mimaki, durante uma conferência de imprensa na Câmara Municipal de Hiroxima, após receber o anúncio do prémio.

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O governo israelita emitiu um protesto contra um dos presidentes da organização não-governamental (ONG) japonesa Nihon Hidankyo, por ter comparado a destruição provocada pela operação israelita em Gaza com a causada pelos ataques nucleares norte-americanos em 1945.

A organização, uma confederação de organizações de vítimas das bombas atómicas de Hiroxima e Nagasáqui, foi a vencedora do Prémio Nobel da Paz deste ano.

A comparação foi feita pelo copresidente da ONG, Toshiyuki Mimaki, durante uma conferência de imprensa na Câmara Municipal de Hiroxima, após receber o anúncio do prémio.

"Em Gaza estão a abraçar crianças encharcadas de sangue. Depois da guerra, muitas crianças ficaram órfãs devido às bombas atómicas, o mesmo sofrimento das crianças de Gaza", disse Toshiyuki Mimaki na sexta-feira, num comentário a que respondeu este fim de semana o embaixador israelita no país, Gilad Cohen.

Depois de felicitar a ONG pelo Nobel, o diplomata qualificou a comparação de "ultrajante e sem fundamento", numa mensagem publicada na sua conta da rede social X.

"Gaza é governada pelo Hamas, uma organização terrorista assassina que comete um duplo crime de guerra: ataca civis israelitas, incluindo mulheres e crianças, enquanto usa o seu próprio povo como escudo humano", acrescentou.

O embaixador censurou Toshiyuki Mimaki por não ter encontrado qualquer declaração da ONG sobre o massacre das milícias palestinianas em Israel, a 07 de outubro do ano passado, e concluiu que tais comparações "distorcem a história e desonram as vítimas".

Recorde-se que as autoridades de Nagasáqui decidiram não convidar Gilad Cohen para comemorar o 79.º aniversário do bombardeamento deste ano, alegando razões de segurança para evitar possíveis protestos.

A decisão levou os embaixadores dos Estados Unidos, do Reino Unido e da União Europeia, entre outros, a faltarem à cerimónia e a enviarem funcionários de nível inferior.

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