11 out, 2024 - 00:28 • Lusa
O julgamento de Sean "Diddy" Combs por tráfico sexual terá inicio em 5 de maio, em Nova Iorque, e deverá durar um mês, embora a justiça norte-americana admita atrasos devido a possíveis novas acusações contra o rapper e produtor.
O músico, que foi detido em 16 de setembro em Nova Iorque e continua preso sem fiança, teve esta quinta-feira a sua primeira audiência, perante o juiz Arun Subramanian no tribunal federal do Distrito Sul de Manhattan.
Sean "Diddy" Combs, de 54 anos, vai ser julgado pelos crimes de crime organizado, tráfico sexual e tráfico de seres humanos, pelos quais se declarou inocente.
A acusação alega que o magnata da música coagiu e abusou de mulheres durante anos, com a ajuda de uma rede de associados e funcionários, enquanto usava chantagem e atos violentos, incluindo raptos, incêndios criminosos e espancamentos físicos, para impedir as vítimas de se manifestarem.
No dia da sua detenção, as autoridades confiscaram-lhe o telemóvel e três aparelhos eletrónicos durante uma busca ao quarto de hotel onde estava em Nova Iorque, que se juntou a outros 96 que já tinham sido confiscados em março nas suas casas em Los Angeles e Miami e outros nove que tinha consigo enquanto estava num aeroporto privado na Florida, segundo a estação ABC.
À chegada ao tribunal, vindo da prisão federal do distrito de Brooklyn, onde estão detidos outros presos famosos como o ex-secretário de Segurança Nacional do México, Genaro García Luna, que será condenado este mês, ou o rei das criptomoedas Sam Bankman-Fiedm, que cumpre pena, o rapper abraçou os seus advogados, noticiou o canal 7 da ABC.
A procuradora Emily Johnson disse ao juiz que também foi enviada uma intimação em março passado à empresa de Combs, a Combs Global, que ainda está a entregar documentos aos procuradores.
Os advogados do rapper apresentaram esta semana uma moção a pedir uma audiência acusando o governo de ter libertado para os "media" um vídeo no qual Combs esmurrava e pontapeava a sua ex-namorada, a cantora de R&B Cassie, no corredor de um hotel em 2016.
Segundo a defesa, a divulgação do vídeo foi "altamente prejudicial" para o seu cliente porque pode influenciar os membros do júri do caso e privá-lo de um julgamento justo.