10 out, 2024 - 12:00 • João Malheiro , Maria João Costa
O Nobel da Literatura foi atribuído a Han Kang. A decisão da Academia Sueca foi conhecida esta quinta-feira.
É a primeira vez que uma autora sul-coreana vence o prémio.
A escritora de 53 anos é conhecida por obras como "A Vegetariana", "O Livro Branco" e "Lições de Grego".
À Renascença, Maria do Rosário Pedreira da Dom Quixote, a editora portuguesa de Han Kang, fala num prémio justo a uma autora que se foca em temas humanos e universais.
"Tem uma escrita que não se parece com mais nada. Premeia, justamente, a capacidade de inovação na Literatura", realça.
Sobre a obra literária da autora de obras como "Atos Humanos", Maria do Rosário Pedreira destaca "os temas muito humanos" que aborda. A editora dá como exemplo, "num periodo muito desumano" como o que vivemos, a abordagem de questões como "a deficiência ou a discriminação". São, na opinião de Maria do Rosário Pedreira "assuntos que dizem respeito a todo o mundo".
Traduzida em mais de 30 línguas, Han Kang tem, nas palavras do júri, uma dimensão poética na sua escrita que confronta os traumas históricos e expõe a fragilidade da vida.
O júri já conseguiu contactar a premiada, que ficou surpreendida com o Prémio que irá receber em dezembro.
Em Portugal está prevista a publicação de um novo livro da escritora. Em comunicado, a editora D. Quixote informa que até ao final do ano irá pblicar "o mais recente romance da autora, que terá como título 'Despedidas Impossíveis'", o mesmo que valeu no ano passado, o Prémio Médicis, em França.
O Prémio Nobel da Literatura já foi atribuído 116 vezes, desde 1901. O português José Saramago recebeu o Nobel, em 1998.
Este ano, Portugal será visitado por um vencedor do Nobel, o escritor francês John Le Cléezio que participará no Festival Utopia, em Braga, em novembro.
Esta segunda-feira, foi atribuído o Nobel de Medicina a Victor Ambros e Gary Ruvkun pela descoberta do microRNA.
No dia seguinte, o Nobel da Física premiou John J. Hopfield e Geoffrey E. Hinton por trabalho fundamental em tecnologia de redes neurais artificiais de aprendizagem.
Já o Nobel da Química, atribuído esta quarta-feira, foi para David Baker e a dupla de Demis Hassabis e John M. Jumper por trabalhos sobre proteínas e as suas estruturas.