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Guerra Israel-Hamas

"O Papa liga todos os dias para saber como estão as pessoas". O testemunho de um pároco em Gaza

07 out, 2024 - 13:20 • André Rodrigues , João Malheiro

Padre Gabriel Romanelli defende que "o fim das hostilidades é necessário para o bem de todos: israelitas e palestinianos".

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Passado um ano dos ataques terroristas do Hamas a Israel, a 7 de outubro, a guerra na Faixa de Gaza fez quase 50 mil vítimas mortais palestinianas, a maioria civis.

São números que espelham a dimensão da contínua tragédia em Gaza, na sequência da ofensiva israelita iniciada há um ano.

"A esperança é minúscula". A frase é do pároco da Sagrada Família na cidade de Gaza.

Em declarações à Renascença, a partir do terreno, o padre Gabriel Romanelli reconhece que a situação é de extrema gravidade e diz que fala com o Papa todos os dias. E recebe de Francisco uma mensagem de gratidão e de esperança num futuro de paz.

"Às 20h00, o Papa liga todos os dias a mim ou ao meu vigário geral para dar-nos a sua benção, para saber como estão as pessoas, para pedir que cuidemos das crianças, para nos mostrar a sua proximidade", conta.

Os bombardeamentos são contínuos e falta tudo num território onde milhares de pessoas procuram escapar à guerra.

"Custa imenso, porque num ano as pessoas viram destruidas as suas casas e os seus locais de trabalho. Todos os dias, há mortes. E toda a gente está privada da liberdade. Também os reféns. Assim é difícil ter esperança, porque parece que nada consegue pôr travão a esta guerra", indica.

E, por isso, o pároco defende que "o fim das hostilidades é necessário para o bem de todos: israelitas e palestinianos".

O responsável da Sagrada Família considera que foram ultrapassados todos os limites, no que toca aos ataques militares em Gaza. E a situação é particularmente dramática no que toca às crianças

Trata-se de um "futuro difícil" e que terá, necesssariamente, sequelas, "porque esta não é a primeira guerra, mas esta é terrível".

"Mais de 41 mil mortos são civis; Mais de 16 mil são crianças em Gaza que morreram. Isso é suficiente para perceber que a guerra não é a solução", apela, ainda.

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