02 out, 2024 - 21:04 • Lusa
Pelo menos quatro habitantes de Gaza morreram e 15 ficaram feridos esta quarta-feira num bombardeamento israelita a uma escola da Agência da ONU para os Refugiados da Palestina (UNRWA) em Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza.
A informação foi veiculada pelo hospital Al-Awda, daquele campo de refugiados da UNRWA.
"Há pouco, sob ordens do serviço de informações do Exército e do Shin Bet, a Força Aérea efetuou um ataque de precisão contra terroristas que operavam no interior de um centro de comando e controlo na zona de Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza", declarou o Exército israelita em comunicado, confirmando o bombardeamento.
Trata-se da quarta escola a ser bombardeada por Israel nas últimas 24 horas, depois dos ataques à escola de Al-Bureij, esta manhã, e às escolas de Muscat e Rimal, que foram alvo de fogo do Exército na noite de terça-feira.
Tanto fontes palestinianas como o Exército israelita afirmaram que o alvo do bombardeamento era a escola Nuseirat para raparigas, gerida pela UNRWA, onde os militares afirmam que operavam membros do grupo islamista palestiniano Hamas.
Os projéteis israelitas atingiram uma sala de aula no rés-do-chão da escola primária, que, tal como outras escolas em Gaza, se transformou num abrigo para pessoas deslocadas - 90% dos habitantes de Gaza estão atualmente deslocados - em consequência da guerra, em curso há quase um ano.
O hospital Al-Awda indicou que, embora as vítimas do bombardeamento tenham dado entrada nas suas instalações, os feridos foram depois transferidos para o hospital dos Mártires de Al-Aqsa, em Deir al-Balah, "devido à gravidade do seu estado".
O Exército, como habitualmente faz quando ataca locais protegidos pelo direito humanitário internacional, como escolas ou hospitais, afirmou ter tomado medidas para evitar vítimas civis e acusou o Hamas de operar a partir de infraestruturas civis.
Além disso, as Forças Armadas israelitas atacaram o orfanato Al-Amal, junto à escola de Muscat, matando pelo menos nove pessoas, segundo a agência noticiosa palestiniana Wafa.
Esta quarta-feira revelou-se um dia especialmente sangrento quando comparado com os últimos dias na Faixa de Gaza, em que ataques cada vez mais intensos das forças israelitas fizeram quase pelo menos 90 mortos no enclave palestiniano.
Israel intensificou os bombardeamentos à já duramente atingida Gaza, em simultâneo com o ataque maciço do Irão ao seu território na noite passada, quando 180 mísseis iranianos fizeram soar os alarmes em todo o país.
Desde que começou a guerra, a 7 de outubro de 2023, mais de 41.680 pessoas foram mortas e 96.600 ficaram feridas, de acordo com os mais recentes números das autoridades de saúde do território controlado pelo Hamas, considerados fidedignos pela ONU.