02 out, 2024 - 11:26 • Daniela Espírito Santo
Israel decidiu banir António Guterres do país. O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) foi declarado "persona non grata" e impedido de entrar em Israel, avança esta quarta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros local.
Uma decisão que foi anunciada nas redes sociais por Israel Katz, que considera o português como "uma mancha na História da ONU".
"Hoje declarei o secretário-geral da ONU, António Guterres, 'persona non grata' em Israel e proibi-o de entrar no país. Quem não consegue condenar inequivocamente o ataque odioso do Irão a Israel - como quase todos os países do mundo fizeram - não merece meter o pé em solo israelita", é dito.
Na mensagem, publicada na rede social X (antigo Twitter), o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita critica Guterres por não ter ainda "denunciado o massacre e atrocidades sexuais cometidas pelo Hamas a 7 de outubro", nem ter "feito quaisquer esforços para declarar o Hamas como uma organização terrorista".
Para além disso, assegura Katz, Guterres é "um secretário-geral que apoia terroristas, violadores e assassinos do Hamas, Hezbollah, Houthis e, agora, do Irão - o epicentro do terror global".
"Israel continuará a defender os seus cidadãos e a sua dignidade nacional, com ou sem António Guterres", remata Katz.
Recorde-se que Israel tem criticado António Guterres praticamente desde o início da ofensiva que se seguiu ao ataque de 7 de outubro. Na altura, o secretário-geral da ONU condenou "inequivocamente os atos de terror sem precedentes" do Hamas, dizendo que "nada justifica a morte e rapto deliberados de civis". No mesmo discurso, disse que "é, também, importante reconhecer que os ataques do Hamas não surgiram no vácuo". "O povo palestiniano tem sido sujeito a uma ocupação sufocante há 56 anos", declarou, causando a ira do governo israelita.
[Notícia atualizada às 12h00 de 2 de outubro de 2024 para acrescentar mais contexto histórico]