28 set, 2024 - 14:33 • Lusa
O líder supremo do Irão, Ali Khamenei, apelou este sábado aos muçulmanos para que apoiem o Líbano e o Hezbollah, sem fazer qualquer referência ao líder do partido, Hassan Nasrallah, que morreu esta madrugada na sequência de um ataque israelita.
"É obrigatório para todos os muçulmanos apoiar orgulhosamente o povo libanês e o Hezbollah com os seus recursos e ajudá-lo a enfrentar o regime usurpador, cruel e maléfico [de Israel]", afirmou, numa mensagem divulgada pela agência oficial Irna.
Israel anunciou este sábado a morte de Nasrallah, que não foi inicialmente confirmada pelo Hezbollah, embora uma fonte próxima da organização tenha admitido à agência francesa AFP que tinha sido perdido o contacto com o líder desde sexta-feira à noite. A confirmação haveria de chegar já durante a tarde deste sábado.
Khamenei condenou o recente bombardeamento israelita em Beirute, que causou a morte de Nasrallah e de outros dirigentes da organização xiita pró-iraniana.
"A matança de pessoas indefesas no Líbano revelou mais uma vez a todos a ferocidade do cão raivoso sionista e demonstrou a miopia e a política estúpida dos líderes do regime usurpador [Israel]", disse Khamenei.
O líder iraniano acusou Israel de não ter aprendido "com a sua guerra criminosa de um ano em Gaza", numa alusão ao conflito entre Israel e o grupo extremista palestiniano Hamas, também apoiado por Teerão.
"Agora, estão a tentar a mesma política insensata no Líbano", disse Khamenei.
"Os criminosos sionistas deveriam saber que são demasiado pequenos para causar danos significativos à forte construção do Hezbollah no Líbano. Todas as forças de resistência da região estão com o Hezbollah e apoiam-no", afirmou.
Khamenei acrescentou que o destino da região "será determinado pelas forças da resistência e pelo orgulhoso Hezbollah à sua frente".
O Presidente do Irão, Masoud Pezeshkian, qualificou de "crime de guerra" e "terrorismo de Estado" os bombardeamentos israelitas de sexta-feira contra Beirute, que causaram pelo menos seis mortos e 91 feridos.
"Os crimes do regime sionista (Israel) contra o povo palestiniano e libanês são um sinal do fracasso da comunidade internacional em travar a maquinaria do terrorismo de Estado", afirmou Pezeshkian num comunicado divulgado na sexta-feira e citado pela agência noticiosa estatal IRNA.
O Presidente iraniano denunciou os atentados israelitas como a prova de que "este regime é a maior ameaça à paz e à segurança regional e internacional" e apelou a todos os países do mundo, especialmente aos países islâmicos, para que "condenem firmemente este crime".
Pezeshkian reafirmou o apoio da República Islâmica do Irão à aliança informal anti-israelita "Eixo da Resistência", liderada por Teerão e que inclui não só o Hezbollah, mas também o Hamas palestiniano e os Huthis do Iémen, entre outros.
Anteriormente, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Naser Kanani, também condenou as ofensivas israelitas contra Beirute e acusou os EUA de fornecerem armas a Israel.
"O regime americano é, sem dúvida, cúmplice do regime sionista e deve ser responsabilizado", disse o diplomata iraniano.
[Notícia atualizada às 15h36 de 28 de setembro de 2024]