26 set, 2024 - 20:15 • João Pedro Quesado
Luís Montenegro pediu o regresso às negociações "retomar negociações com vista à implementação da solução dos dois estados" entre Israel e a Palestina. O primeiro-ministro discursou esta quinta-feira na Assembleia Geral nas Nações Unidas (ONU), onde defendeu alterações no Conselho de Segurança.
Falando sobre a situação de tensão no Médio Oriente, depois de quase um ano de uma guerra entre Israel e o Hamas caracterizada por ataques destrutivos e mortíferos na Faixa de Gaza, e a tensão entre o Hezbollah, o primeiro-ministro definiu como "imperativo retomar negociações com vista à implementação da solução dos dois estados, a única que poderá trazer estabilidade à região".
Antes, Luís Montenegro apelou "à máxima contenção das partes para evitar o aumento da escalada" no Líbano, e exigiu "a libertação de todos os reféns" pelo Hamas. O primeiro-ministro reafirmou a posição de Portugal "contra a expansão dos colonatos, a confiscação de terra nos territórios da Palestina ocupada, e as ações dos colonizadores que constituem violações da lei internacional e obstáculos à paz".
Definindo a paz como "o objetivo primário das Nações Unidas", o chefe do Governo pediu aos países para dar "um sinal de esperança" e condenou a "flagrante violação da lei internacional" na "guerra de agressão da Federação Russa contra a Ucrânia".
"Os efeitos negativos desta guerra - as crises na alimentação, energia e inflação - estão a ecoar pelo mundo, com o maior impacto nas regiões mais frágeis", sublinhou Luís Montenegro.
Luís Montenegro aproveitou a oportunidade para recordar, com "confiança no multilateralismo", a candidatura de Portugal a membro não-permanente do Conselho de Segurança da ONU no biénio 2027/28 - formalizada em janeiro de 2013. As eleições para o órgão decorrem na Assembleia Geral de 2026.
Como candidato, Portugal defende, segundo o primeiro-ministro, "um processo de reforma" do Conselho de Segurança para tornar o órgão "mais representativo, ágil e funcional".
"Portugal apoia a Posição Comum Africana e as pretensões do Brasil e da Índia de se tornarem membros permanentes. Os pequenos e médios países, incluindo os pequenos estados insulares, também devem ter a sua representação reforçada", apontou Montenegro, que voltou a falar em limites e "mais escrutínio do uso do veto".