13 set, 2024 - 13:18 • Lusa
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, avaliou em 2.000 milhões de euros o custo da guarda e proteção das fronteiras e apelou à União Europeia (UE) para que compense o país, considerando que será "uma questão de tempo".
Orbán defendeu a proteção das fronteiras implementada desde a crise migratória de 2015 como um elemento-chave da segurança nacional.
No caso da Hungria, país que assume no atual semestre a presidência rotativa da UE, são as fronteiras externas dos 27 que estão em causa.
Tal como tem feito nos últimos dias, o chefe do executivo húngaro ironizou com o facto de a Alemanha também aplicar controlos em todas as suas fronteiras terrestres.
"Bem-vindo ao clube", chegou mesmo a dizer nas redes sociais, esta semana, ao chanceler alemão, Olaf Scholz.
O primeiro-ministro húngaro, que se opõe, entre outras medidas, à repartição dos migrantes e refugiados pelos países da UE, insiste na sua política de mão pesada, afirmando que não quer que a Hungria seja "um país de migrantes".
"A Hungria é para os húngaros. Ponto final", afirmou numa entrevista à rádio na sexta-feira.
Orbán também se distanciou da posição maioritária da UE noutras áreas, como a resposta à invasão militar da Ucrânia pela Rússia.
A premissa é questionar aqueles que, na sua opinião, querem prolongar o conflito e salientou que "todos estão interessados num cessar-fogo e em negociações de paz".
O primeiro-ministro húngaro visitou Moscovo no início de julho e encontrou-se com o Presidente russo, Vladimir Putin, o que não foi bem recebido em Bruxelas.
Embora tenha evitado avançar pormenores sobre o encontro, deu a entender que prevê novos contactos nas próximas semanas.
Orbán também não escondeu que pretende aquilo a que chamou "neutralidade económica", o que se traduziu no facto de a Hungria não romper relações com a Rússia em questões fundamentais como a energia.
"A neutralidade económica é do interesse do povo húngaro", acrescentou, confiante de que poderia 'preservar' as boas relações 'a leste e a oeste'.