12 set, 2024 - 01:20 • Ricardo Vieira, com Reuters
Alberto Fujimori, antigo Presidente do Peru, morreu esta quarta-feira, aos 86 anos, depois de uma longa batalha contra o cancro, anunciou a família.
Filho de imigrantes japoneses, chegou ao poder no início da década de 90 do século passado e liderou o país da América Latina de volta a um período de crescimento económico.
Tomou medidas para combater a hiperinflação que deixou milhões de peruanos desempregados, ao mesmo tempo que privatizou dezenas de empresas estatais e cortou tarifas alfandegárias.
O Peru tornou-se, naquele período, numa das economias mais estáveis da América Latina.
Também declarou guerra sangrenta aos rebeldes do Sendero Luminoso. O líder do grupo maoista, Abimael Guzman, acabou por ser capturado e morreu na prisão em 2021.
Ao mesmo tempo que a economia do país melhorava, as suspeitas de corrupção no Governo aumentavam na sociedade peruana.
Conseguiu impor uma emenda à Constituição para se candidatar a um terceiro mandato e ganhou as eleições de 2020. Foi nessa altura que vieram a público vídeos do seu principal conselheiro e chefe dos serviços secretos, Vladimiro Montesinos, a pagar subornos a políticos e a outras figuras da sociedade.
O escândalo rebentou e Alberto Fujimori fugiu para exílio no Japão. Apresentou a demissão de Presidente do Peru, através de um fax.
Em 2005, deixou a segurança do Japão e decidiu regressar ao Peru. O antigo Presidente pensava que seria perdoado e poderia regressar à política, mas tal não aconteceu.
Acabou por ser detido e condenado a 25 anos de prisão, considerado o responsável pela morte de 25 pessoas na década de 90 pelas mãos do grupo paramilitar Colina.