11 set, 2024 - 00:47 • João Pedro Quesado
Os Estados Unidos da América (EUA) alertaram esta terça-feira Israel para mudar a conduta das forças militares na Cisjordânia ocupada. O secretário da Defesa expressou preocupação ao ministro da Defesa israelita sobre a "responsabilidade" das Forças de Defesa de Israel (IDF) na morte de uma ativista norte-americana na semana passada, depois do secretário de Estado já ter apontado na mesma direção.
Em comunicado, o Pentágono disse que o secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, falou ao telefone com Yoav Gallant, expressando "graves preocupações pela responsabilidade das Forças de Defesa de Israel pela morte injustificada e não-provocada" da cidadã norte-americana Aysenur Ezgi Eygi na Cisjordânia ocupada, a 6 de setembro.
"O secretário instou o ministro Gallant a reexaminar as regras de empenhamento das IDF enquanto operam na Cisjordânia", acrescentou o Pentágono.
Austin ecoou um alerta já feito por Antony Blinken, secretário de Estado, esta terça-feira, durante uma conferência de imprensa em Londres.
O principal responsável da diplomacia norte-americana afirmou que "ninguém deve ser atingido e morto por participar numa manifestação", e sublinhou que Aysenur Ezgi Eygi foi a segunda cidadã dos EUA a ser morta pelas forças israelitas nos últimos anos - depois da morte a tiro de Shireen Abu Akleh, jornalista palestiniana-americana, que foi atingida a tiro pelo exército de Israel (que apenas admitiu a possibilidade, evitando assumir a culpa da morte).
"As forças de segurança de Israel precisam de fazer algumas mudanças fundamentais à forma como operam na Cisjordânia, incluindo mudanças nas regras de empenhamento", sublinhou Blinken.
A ativista Aysenur Ezgi Eygi, com dupla nacionalidade norte-americana e turca, foi morta na Cisjordânia, por soldados israelitas, com um tiro na cabeça, na passada sexta-feira.