08 set, 2024 - 18:01 • Lusa
A líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, prometeu este domingo continuar a luta política no país, ao passo que o candidato do anti-chavismo, Edmundo González Urrutia, vai continuar a luta no exterior.
"Que isto fique muito claro para todos: Edmundo lutará desde o exterior, junto à nossa diáspora, e eu seguirei lutando aqui, junto a vós", escreveu Machado na rede social X, antiga Twitter, na mesma altura em que Urrutia aterrava em Madrid para pedir asilo político a Espanha.
O candidato à presidência da Venezuela pela Plataforma Unitária Democrática (PUD) saiu do país porque "a sua vida corria perigo" e por causa das "crescentes ameaças", depois de uma ordem de prisão contra si e de acusações sobre a publicação de resultados eleitorais online que alegadamente comprovam a derrota de Nicolás Maduro nas presidenciais de julho.
"Perante esta realidade brutal, é necessário para a nossa causa mantê-lo em liberdade, e preservar a sua integridade e a sua vida", afirmou Machado, citada pela agência espanhola de notícias, a Efe, concluindo que "as tentativas de chantagem e de coação de que foi vítima mostram que o regime não tem escrúpulos nem limites na sua obsessão de silenciá-lo e tentar vergá-lo".
O avião da Força Aérea Espanhola que transportou o candidato da oposição às eleições presidenciais da Venezuela Edmundo González Urrutia aterrou na Base Aérea de Torrejón de Ardoz, em Madrid, por volta das 16h00 (hora local).
Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros, González Urrutia, que viaja acompanhado da mulher e do secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Globais, Diego Martínez Belío, foi recebido pela secretária de Estado para a América Latina e Espanhol no Mundo, Susana Sumelzo.
"A partir de agora terão início os procedimentos para o pedido de asilo, cuja resolução será favorável no interesse do compromisso de Espanha com os direitos políticos e a integridade física de todos os venezuelanos, especialmente dos líderes políticos", refere a nota do Ministério.
O Alto Representante da União Europeia para os Assuntos Externos, Josep Borrell, disse que o líder da PUD "teve que pedir asilo político" face à "repressão, perseguição política e ameaças diretas contra a sua segurança e liberdade", depois de "ter estado na residência dos Países Baixos em Caracas desde 05 de setembro".