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Rohingya. Amnistia Internacional denuncia "escalada de ataques mortais" em Myanmar

05 set, 2024 - 09:05 • Redação

Escalada do número de ataques fazem o povo muçulmano rohingya reviver as "atrocidades de agosto de 2017". No Bangladesh, os campos de refugiados estão cheios e sem condições de sobrevivência.

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Cerca de oito mil muçulmanos rohingyas fugiram para o Bangladesh nos últimos meses para fugir à escalada de "ataques mortais no Estado de Rakhine, em Myanmar".

Em declarações à Renascença, a Amnistia Internacional de Portugal afirma que esta situação foi denunciada há cerca de duas semanas e relaciona este aumento de ataques com as "atrocidades de agosto de 2017".

"Aquilo que se está a verificar são ataques indiscriminados, atingindo homens, mulheres e crianças que estão a ser mortos, e as cidades estão, mais uma vez, a esvaziar-se, as pessoas a fugirem, muitas vezes em situações muito precárias", descreve Miguel Marujo, da Amnistia.

Sublinha que os ataques não só são dirigidos ao povo, mas também a "vestígios de história e identidade desse povo".

Na iminência de uma guerra civil em Myanmar, a população acaba por ser vítima do fogo cruzado entre os militares, que ocupam o poder desde 1960, e o Exército Arakan, uma milícia étnica budista. Denuncia ainda que o "apagamento cultural do povo rohingya" é um dos objetivos do atual governo de Myanmar.

Precária é, também, a situação que se vive no Bangladesh.

Desde o início da perseguição, há sete anos, que o povo rohingya tem procurado abrigo a sul do país vizinho, mas os campos de refugiados já acolhem, no total, cerca de um milhão de desalojados e estão, neste momento, completamente lotados.

A Amnistia garante que existe uma "falta grave no financiamento destes refugiados", o que leva a "uma grande insegurança alimentar e deficiências no acesso aos cuidados de saúde".

Esta é, de resto, uma situação denunciada também pelas Nações Unidas.

"É preciso responsabilizar quem, de facto, está a cometer crimes de guerra", defende Miguel Marujo.

Marujo acredita que este caso não tem tanta atenção mediática porque não é um caso próximo à Europa. "Há sempre um fator de proximidade e, por isso, estamos eventualmente mais atentos a questões do que se passa em países de língua portuguesa", afirma.

"A Amnistia procura sempre estar a acompanhar todas as diferentes situações que configurem violações de direitos humanos e de crimes contra o direito dos povos.", conclui.

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