04 set, 2024 - 16:06
O grupo islamita Hamas ameaçou esta quarta-feira que enquanto o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, estiver no poder, mais reféns israelitas poderão morrer em Gaza.
"Se a agressão parar, os prisioneiros voltarão vivos. Se a agressão continuar, o seu destino é desconhecido. Cada dia que Netanyahu se mantiver no poder significará um novo caixão. A decisão é vossa", afirmou o grupo palestiniano num novo vídeo, segundo o jornal Filastin, ligado ao Hamas.
Durante o dia, o líder da oposição israelita Yair Lapid argumentou que colocar fim ao conflito na Faixa de Gaza é do interesse do país, embora tenha insistido que o Governo liderado por Benjamin Netanyahu “prefere a guerra”.
"Enquanto esse Governo existir, a guerra vai continuar. Não sabem como trazer a paz e não querem trazer a paz. É inaceitável", afirmou Lapid na rede social X.
Guerra Israel-Hamas
O Hamas acusou Israel de voltar atrás no compromis(...)
O opositor aposta num acordo com o Hamas para conseguir a libertação das pessoas sequestradas que ainda estão em Gaza, reiterando ainda que “acabar com a guerra é a favor dos interesses do Estado, tanto de segurança, como económicos e políticos”.
“O Governo prefere a guerra porque liberta da necessidade de enfrentar desafios”, explicou Lapid.
"Sabemos como enfrentar esses desafios. Já o fizemos antes e vamos voltar a fazê-lo, ainda melhor. É tempo de mudar o Governo e colocar fim à guerra", declarou ainda o antigo primeiro-ministro.
As palavras de Lapid surgiram horas depois de o ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, ter dito esta quarta-feira que “trabalha para interromper as negociações” com o Hamas para um possível cessar-fogo na Faixa de Gaza.
"A trabalhar para encerrar as negociações com o Hamas. Um país que tem seis reféns mortos a sangue frio não conduz negociações com os assassinos, mas termina as conversações, termina o fornecimento de combustível e eletricidade e esmaga-os até entrarem em colapso", disse Ben Gvir.
“A continuidade das conversações apenas os incita a criar cada vez mais terror, também na Judeia e em Samaria”, em referência ao nome bíblico da Cisjordânia.
O exército israelita lançou uma ofensiva contra a Faixa de Gaza após os ataques realizados em 07 de outubro pelo Hamas e outras fações palestinianas, que provocou cerca de 1.200 mortos e quase 250 sequestrados.
Até ao momento, a ofensiva em Gaza fez mais de 40.800 mortos, segundo as autoridades locais, controladas pelo Hamas, além de 680 mortes na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental às mãos das forças israelitas ou dos colonos judeus.