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Alemanha

Scholz preocupado com resultado eleitoral da extrema-direita

02 set, 2024 - 15:29 • Reuters

É improvável que a AfD consiga governar, já que os demais partidos se recusaram, até agora, a colaborar com o partido para formar uma maioria.

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Resultados amargos. Foi assim que o chanceler alemão se referiu aos resultados das eleições regionais alemãs deste domingo — que deram vitória ao partido de extrema direita AfD (Alternativa para a Alemanha) no estado da Turíngia e que resultaram também em perdas para a sua coligação. Olaf Scholz apelou aos principais partidos da Alemanha que formem governos sem "extremistas de direita".

A Alternativa para a Alemanha (AfD) tornou-se o primeiro partido de extrema direita a vencer uma eleição legislativa estadual na Alemanha desde a Segunda Guerra Mundial. Alcançou o segundo lugar, atrás dos conservadores na Saxônia, segundo as projeções divulgadas ao final da tarde de domingo.

Mas é improvável que a AfD, considerada "extremista de direita" por autoridades de segurança em ambos os estados do leste da Alemanha, consiga governar, já que os demais partidos se recusaram, até agora, a colaborar com o partido para formar uma maioria.

Ainda assim, o partido nacionalista, anti-imigração e pró-Rússia pode acabar com assentos suficientes em ambos os estados para bloquear decisões que exijam maioria de dois terços, como a nomeação de juízes ou altos funcionários de segurança, o que lhe dará um poder sem precedentes.

"Os resultados para a AfD na Saxônia e na Turíngia são preocupantes", disse Scholz em declarações à Reuters, esclarecendo que falava como militante do partido de centro-esquerda SPD e não na qualidade de chanceler. "O nosso país não pode e não deve habituar-se a isto. A AfD está a prejudicar a Alemanha. Está a enfraquecer a economia, a dividir a sociedade e a arruinar a reputação do nosso país."

A um ano para as eleições nacionais na Alemanha, os resultados de domingo puniram a coligação fragmentada de Scholz, o que pode agravar disputas internas. Todos os três partidos no poder perderam votos, e apenas o SPD ultrapassou o limite de 5% necessário para permanecer nos parlamentos dos dois estados.

"Os resultados das eleições de domingo são amargos — para nós também", disse Scholz, mas frisando que as previsões mais terríveis, de que o SPD poderia sair de um parlamento estadual pela primeira vez, não se materializaram.

Os parceiros juniores da coligação, os Verdes e os Democratas Livres, pró-empresariais, perderam o lugar na assembleia estadual da Turíngia.

Os resultados de domingo também podem pressionar o governo a ser mais duro com a imigração e intensificar o debate sobre o apoio à Ucrânia, questões que dominaram a campanha.

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