02 set, 2024 - 18:28 • Ana Kotowicz
A Polónia — e outros países que façam fronteira com a Ucrânia — tem "o dever" de abater mísseis russos, mesmo que isso tenha consequências para a NATO. As declarações são do ministro dos Negócios Estrangeiros da Polónia que, esta segunda-feira, deu uma entrevista ao Financial Times. Radoslaw Sikorski defende que os membros da Aliança Atlântica têm o direito de proteger o seu espaço aéreo, tratando-se, na sua opinião, de autodefesa.
A NATO foi rápida a reagir e, apesar de reconhecer o direito invocado pelo ministro polaco, sublinhou que as repercussões poderiam ser sérias se todos os aliados começarem a abater mísseis russos na fronteira com a Ucrânia.
Entrevista Renascença
A propósito da guerra na Ucrânia, e dos apelos de (...)
“A NATO tem a responsabilidade de evitar que a guerra da Rússia continue a escalar”, disse um porta-voz da NATO, citado pela agência de notícias Europa Press, acrescentando que as ações de cada membro “podem afetar a NATO no seu conjunto”. O aviso para evitar incidentes, diplomáticos ou piores, é claro: “É necessário que os aliados continuem a manter consultar estreitas” entre todos.
A posição de Radoslaw Sikorski também é bastante clara: o seu país tem o “dever” de abater mísseis russos que possam sobrevoar o seu espaço aéreo. “Fazer parte da NATO não diminui a responsabilidade de cada país em proteger o seu próprio espaço aéreo." Para Sikorski, existe mesmo um “dever constitucional” de responder a ameaças desse género.
“Pessoalmente, sou da opinião que, quando mísseis hostis estão em vias de entrar no nosso espaço aéreo, trata-se de legítima autodefesa já que, e uma vez que entrem no nosso espaço aéreo, o risco de os destroços ferirem alguém é significativo”, concluiu Sikorski.