28 ago, 2024 - 08:00 • Lusa
As comemorações dos 25 anos do referendo em Timor-Leste, que levou à restauração da independência em 20 de maio de 2002, arrancam esta quarta-feira em Díli com a presença do secretário-geral da ONU, António Guterres.
Dedicada ao lema "Foi o povo que lutou! Foi o povo que sofreu! Foi o povo que venceu a luta", a celebração dos 25 anos do referendo, organizada pelo Governo, vai também contar com a presença do secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros português, Nuno Sampaio, e do antigo primeiro-ministro de Portugal Durão Barroso, atual presidente da Aliança Global para as Vacinas e Imunização (GAVI, sigla em inglês).
A realização do referendo foi decidida entre Portugal e a Indonésia em 05 de maio de 1999, sob os auspícios da ONU, com a assinatura de três acordos, nomeadamente um sobre a questão de Timor-Leste, outro sobre a modalidade da consulta popular e um terceiro sobre segurança.
Em 30 de agosto de 1999, 344.580 das 446.666 pessoas registadas (433.576 em Timor-Leste e 13.090 nos centros no estrangeiro) escolheram a independência do país e consequentemente o fim da ocupação da Indonésia, que invadiu Timor-Leste em 07 de dezembro de 1975, apesar da violência perpetrada pelas milícias que apoiavam a integração.
Com o resultado do referendo, a Indonésia abandonou Timor-Leste, com as milícias pró-indonésias a deixarem um rasto de horror e violência, tendo entrado a autoridade de transição das Nações Unidas, que geriu o país até à restauração da independência, em 20 de maio de 2002.
O primeiro dia do evento será dedicado à condecoração de António Guterres com o Grande Colar da Ordem de Timor-Leste, a mais alta distinção do país.
O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta vai condecorar o secretário-geral da ONU, pela intervenção que teve em 1999, após a realização do referendo, quando era primeiro-ministro de Portugal.
O primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, inaugura também hoje uma exposição da UNAMET (Missão de Assistência da ONU em Timor-Leste, que organizou o referendo) com Ian Martin, que liderou aquela missão das Nações Unidas, e uma feira de artesanato, no Estádio Municipal de Díli.
Na quinta-feira, o dia começa com a condecoração de oito jornalistas portugueses com a Ordem de Timor-Leste pelo Presidente José Ramos-Horta, estando igualmente na agenda um encontro de trabalho entre Xanana Gusmão e António Guterres.
No período da tarde, o secretário-geral da ONU visita do Arquivo e Museu da Resistência Timorense, bem como a exposição sobre mulheres da resistência e participa no programa Horta Show, juntamente com Xanana Gusmão.
O dia termina com um jantar oficial oferecido pelo primeiro-ministro no Palácio Nobre de Lahane.
Para sexta-feira está prevista a realização de uma sessão solene no Parlamento Nacional e o ponto alto das celebrações será realizado ao final da tarde no Estádio Municipal de Díli com discursos do secretário-geral da ONU, do primeiro-ministro timorense.
Nas cerimónias vão participar também os vice-primeiros-ministros da Austrália, Richard Males, da Nova Zelândia, Winston Peters, e da Malásia, Dato Hamidi, bem como o chefe da diplomacia de Angola, Téte António, e da Guiné Equatorial, Siméon Esono, entre outros.