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Eleições nos EUA

Microfones sempre ligados? O novo desacordo entre Kamala Harris e Donald Trump

27 ago, 2024 - 00:58 • João Pedro Quesado

Debate de 10 de setembro foi marcado quando Biden ainda era candidato e pediu para microfones serem desligados, evitando o caos de interrupções dos debates de 2020. A campanha da vice-presidente aposta em mostrar aos norte-americanos esse mesmo caos provocado por Donald Trump.

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Kamala Harris e Donald Trump encontraram mais um assunto para entrar em rota de colisão na campanha para as eleições presidenciais de 2024 nos Estados Unidos da América (EUA). A duas semanas do primeiro debate televisivo entre os dois candidatos à Casa Branca, as duas campanhas entraram publicamente em impasse sobre as regras do encontro, discordando sobre se os microfones devem estar sempre ligados ou se devem ser desligados quando é a vez de outro candidato falar.

O debate de 10 de setembro na "ABC News" faz parte do acordo entre as campanhas de Trump e Joe Biden, anunciado em junho, para a realização de dois debates. O primeiro realizou-se a 27 de junho, na "CNN", e levou à desistência de Biden.

O acordo incluía exigências da equipa do atual Presidente dos EUA: uma das quais era o desligar dos microfones sempre que era a vez do outro candidato falar. Outra exigência de Biden era a inexistência de público a assistir no local.

Citado pelo "Politico", Brian Fallon, conselheiro de comunicação da campanha de Kamala Harris, declarou que "dissemos à ABC e outros canais a tentar transmitir um possível debate em outubro que acreditamos que os microfones de ambos os candidatos devem estar ligados durante toda a transmissão".

"O nosso entendimento é que os estrategas da campanha de Trump preferem o microfone desligado porque não acham que o seu candidato possa agir de forma presidencial durante 90 minutos sozinho", apontou o membro da campanha democrata, acrescentando ainda a suspeita que "a equipa de Trump nem sequer disse ao patrão deles sobre esta disputa porque seria demasiado embaraçoso admitir que não acham que ele se consegue controlar contra a vice-presidente sem o benefício de um botão de mute".

A campanha de Kamala Harris parece estar a apostar cada vez mais na estratégia de desestabilizar o adversário republicano, algo visível nas publicações nas redes sociais.

Enquanto isso, a campanha de Trump aponta para um acordo já alcançado.

"Chega de jogos. Aceitamos o debate na ABC sob exatamente os mesmos termos que o debate na CNN. A campanha de Harris, depois de já ter concordado com as regras da CNN, pediu um debate sentado, com notas, e declarações iniciais. Nós dissemos que não havia mudanças às regras já acordadas", afirmou Jason Miller, conselheiro da campanha de Donald Trump. A campanha de Harris negou ter pedido um debate sentado e com notas disponíveis aos candidatos.

O desacordo surge no dia seguinte a Donald Trump colocar em dúvida a realização do debate. Na rede social de que é proprietário, o nomeado republicano criticou, no domingo, a "ABC News", que vai transmitir o debate, e questionou "porque é que eu faria o debate contra Kamala Harris naquele canal".

Já esta segunda-feira, Trump disse aos jornalistas presentes num evento de campanha que esperava que o debate de 10 de setembro acontecesse com as mesmas regras do debate de junho, mas que "não me importa, preferia que [o microfone] estivesse ligado".

Esta não foi a primeira vez que Trump questionou o debate na "ABC News". Quando Kamala Harris se assumiu como candidata à Casa Branca, apoiada por Joe Biden, Trump inicialmente recusou participar neste debate, propondo um debate na "Fox News" com um público de "arena completa".

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