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Documentos confidenciais retidos por Trump. Procurador pede recuperação de processo crime

26 ago, 2024 - 23:25 • Lusa

O recurso é o mais recente desenvolvimento numa acusação contra Trump que muitos especialistas jurídicos há muito consideram um caso criminal direto, mas prejudicado por decisões de uma juíza que foi nomeada por Donald Trump.

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O procurador especial norte-americano Jack Smith pediu esta segunda-feira a um tribunal federal de recurso que restabeleça o caso dos documentos confidenciais contra o ex-Presidente Donald Trump, arquivado em 15 de julho pela juíza da Florida Ailenn Cannon.

Segundo o documento entregue em tribunal, Jack Smith argumentou que a decisão da magistrada que rejeitou a acusação estava em desacordo com a prática de longa data do Departamento de Justiça e deve ser revertida.

A equipa de Smith alegou que a juíza distrital, nomeada por Trump quando ainda era Presidente, cometeu um erro grave ao decidir que Smith foi nomeado ilegalmente pelo procurador-geral Merrick Garland.

Na ação que deu entrada num tribunal de recurso de Atlanta, os procuradores indicaram que a posição de Ailenn Cannon contraria as decisões de juízes em todo o país, assim como "práticas de nomeação generalizadas e de longa data no Departamento de Justiça e em todo o Governo"

Se for mantida a decisão, alertaram, isso poderá "colocar em risco a operação de longa data do Departamento de Justiça e colocar em questão centenas de nomeações em todo o Poder Executivo".

Em 15 de julho, a juíza argumentou que o procurador especial responsável pela investigação, Jack Smith, não foi legalmente nomeado, "violando (...) a Cláusula de Nomeações da Constituição dos Estados Unidos".

Em questão está uma cláusula que exige que certos cargos públicos --- incluindo juízes, embaixadores e "todos os outros oficiais dos Estados Unidos" --- sejam nomeados pelo Presidente e confirmados pelo Senado.

Mas a cláusula também inclui uma exceção para o que diz serem "oficiais inferiores" que podem ser nomeados diretamente pelo chefe de uma agência. Smith, de acordo com o Departamento de Justiça, encaixa-se nessa categoria, pelo que Garland foi autorizado a nomeá-lo diretamente para a função de conselheiro especial.

O recurso é o mais recente desenvolvimento numa acusação contra Trump que muitos especialistas jurídicos há muito consideram um caso criminal direto, dada a amplitude de provas, incluindo vídeos de vigilância e uma gravação de áudio, que os investigadores do Departamento de Justiça acumularam durante a investigação.

Mas, no último ano, o caso foi prejudicado por atrasos, uma vez que Cannon considerou diversas moções da equipa do magnata republicano antes de finalmente rejeitar a acusação e suspender os procedimentos.

Não está claro quanto tempo levará para o 11.º Tribunal de Recurso dos Estados Unidos decidir o assunto, mas mesmo que reative a acusação, não há possibilidade de um julgamento acontecer antes da eleição presidencial de 05 de novembro. Além disso, caso seja eleito, Donald Trump poderá nomear um procurador-geral que arquive o caso.

Este é um dos quatro processos criminais levantados contra Trump, e incluía dezenas de acusações relacionadas com a retenção ilegal de documentos confidenciais na sua propriedade de Mar-a-Lago, na Florida.

Trump, que era ainda acusado de obstruir os esforços do FBI para recuperar esse material, declarou-se inocente e negou todas as ilegalidades.

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