26 ago, 2024 - 21:04 • João Pedro Quesado com Reuters, Lusa
Pelo menos 73 pessoas morreram no Paquistão, vítimas de um ataque de militantes separatistas a esquadras de polícia, linhas ferroviárias e autoestradas esta segunda-feira. O grupo responsável foi o Exército da Libertação do Baluchistão, a maior província paquistanesa e uma região étnica que se estende ao Irão e ao Afeganistão.
Os ataques foram os maiores nos últimos anos, levados a cabo por militantes que se insurgem há décadas para conseguir a secessão da província do sudoeste paquistanês, rica em recursos e localização de grandes projetos da China, como um porto e uma mina de ouro e cobre.
As forças armadas do Paquistão anunciaram a morte de 14 soldados e polícias, assim como de 21 militantes, nos combates após o maior dos ataques desta segunda-feira, que teve como alvos autocarros e camiões numa autoestrada.
As autoridades da região anunciaram 38 vítimas mortais civis, e disseram que 23 dessas pessoas foram mortas no ataque na autoestrada, em que os homens armados paravam os veículos para verificar as identificações dos passageiros, disparando sobre eles e queimando os veículos.
"As pessoas foram tiradas dos autocarros e mortas em frente das suas famílias," disse o ministro Sarfraz Bugti, numa conferência de imprensa.
O tráfego ferroviário também foi interrompido, após explosões numa ponte que liga a capital da província do Baluchistão com o resto do país, onde foram encontrados seis corpos, e numa ligação ao Irão. Os ataques a esquadras mataram dez pessoas.
O Exército da Libertação do Baluchistão afirmou que quatro bombistas suicidas, incluindo uma mulher, estiveram envolvidos num ataque a uma base paramilitar, onde o governo disse que três pessoas morreram.
O grupo é o maior de várias insurgências étnicas contra o governo central, acusando-o de explorar recursos de gás e minerais na província de forma injusta, e pedindo a expulsão da China e independência para o Baluchistão.