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Talibã despedem mais de 280 polícias por não terem barba

20 ago, 2024 - 18:40 • Reuters

Relatório do ministério da moralidade indica que, no último ano, foram detidas mais de 13 mil pessoas por “atos imorais”, destruídos 21.328 instrumentos musicais e impedida a venda de milhares de filmes. Está a ser desenhado um novo plano para garantir que as leis de vestuário são respeitadas pelas mulheres afegãs.

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O Ministério da Moralidade talibã dispensou mais de 280 homens das forças de segurança do Afeganistão por não terem barba e deteve mais de 13 mil pessoas por “atos imorais” no ano passado, anunciaram oficiais estar terça-feira.

O Ministério da Prevenção do Vício e da Propagação da Virtude revelou, no seu relatório anual de operações, que cerca de metade dos detidos foram libertados em 24 horas. Não foi divulgado que tipo de alegadas ofensas foram cometidas ou o género dos detidos.

Foram também destruídos 21.328 instrumentos musicais no último ano e milhares de operadores de computadores foram impedidos de vender filmes “imorais e antiéticos”, afirmou em conferência de imprensa Mohibullah Mokhlis, diretor de Planeamento e Legislação naquele ministério.

Quando aos homens dispensados por não terem barba, não estavam em conformidade com a interpretação que os Talibã fazem da lei islâmica.

O Ministério da Moralidade tem sido criticado por organizações de direitos humanos e pelas Nações Unidas (ONU) pelas restrições impostas às mulheres e pelo desrespeito pela liberdade de expressão.

A missão da ONU no Afeganistão tem relatado casos em que oficiais deste ministério detêm mulheres, por vezes por largas horas, por não respeitarem a sua interpretação da lei islâmica no que diz respeito a vestes e apresentação pública.

Os Talibã negam as acusações de detenções sem fundamento e dizem que as regras seguem os costumes afegãos.

O ministério da moralidade não providenciou números de policiamento relacionados com vestuário feminino ou por viajarem sem acompanhamento de um guardião masculino – algo que também foi proibido, para distâncias maiores.

As autoridades talibãs adiantam que está a ser desenhado um novo plano para garantir que as leis de vestuário são respeitadas, de acordo com as determinações do líder espiritual supremo, que vive em Kandahar, no sul do país.

Os Talibã querem obrigar as mulheres a cobrir a face ou usar uma burca completa e querem "encorajar” os familiares masculinos a garantir que estas regras são seguidas, colocando neles a responsabilidade.

A maioria das mulheres cobriam o cabelo em público no Afeganistão, antes de os Talibã tomarem o poder, em 2021, mas algumas, especialmente na capital Cabul, não cobriam o rosto nem usavam burca.

Mohibullah Mokhlis sustentou que o seu ministério preveniu mais de 200 casos de venda de mulheres e que impediu mais de 2.600 episódios de violência contra as mulheres.

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