14 ago, 2024 - 18:38 • Ricardo Vieira
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A mpox, anteriormente conhecida como monkeypox, foi esta quarta-feira declarada emergência de saúde pública internacional pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Em causa está uma nova variante do vírus (clade 1b) que pode estar associada a uma maior transmissibilidade e uma maior mortalidade
Uma emergência de saúde pública de preocupação internacional é o alerta mais elevado que a OMS pode emitir.
A decisão do comité de emergência, anunciada pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, surge um dia depois de a mpox ter sido declarada uma emergência de saúde pública em África.
Anteriormente conhecida como varíola dos macacos, a mpox é uma doença viral que se propaga dos animais para os humanos, mas também é transmitida através do contacto físico próximo com uma pessoa infetada com o vírus.
Denominada "clade 1b", uma nova estirpe de mpox detetada na República Democrática do Congo (RDCongo) em setembro de 2023 e depois notificada em vários países vizinhos, levanta receios de uma propagação deste vírus. Segundo o responsável da OMS, o clade 1b "provoca doenças mais graves do que o clade 2".
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Desde o início do ano, foram detetados mais de 17 mil casos e mais de 500 pessoas morreram em 13 países africanos, indica o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças de África.
A República Democrática do Congo é o país mais afetado, com 14.479 casos confirmados e suspeitos, até 3 de agosto, e 455 mortes, uma letalidade de cerca de 3%, segundo a agência de saúde da União Africana.
Quarenta e nove casos de mpox foram detetados em Portugal, entre 1 de junho e 28 de julho, resultantes de um novo surto, segundo dados divulgados pela Direção-Geral da Saúde.
A mpox já tinha sido considerada uma emergência de saúde pública internacional pela OMS entre julho de 2022 e maio de 2023.
Esta quarta-feira, a Comissão Europeia anunciou que vai doar mais de 170 mil vacinas contra a mpox para fazer face à epidemia que foi declarada em África.
O executivo comunitário anunciou que vai doar à autoridade africana para o controlo e prevenção de doenças 175.420 doses das vacinas MVA-BN, para ajudar os países do continente a debelar a epidemia.
Em declarações à Renascença, o presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública, Gustavo Tato Borges, explica que “esta nova variante vem de uma família diferente da que originou o surto de mpox que tivemos recentemente, e que ainda hoje nos obriga à vacinação de certos grupos de risco”.
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“Esta é uma nova variante parece estar associada a uma maior transmissibilidade e uma maior mortalidade. Será necessário estarmos atentos para vermos o que é que o mundo terá de fazer para evitar uma situação dramática, caso esta variante se confirme mais contagiosa e mortal”, sublinha.
Já sobre a vacinação, Gustavo Tato Borges diz que, “neste momento, nós não temos nenhuma vacina dirigida para estas duas novas estirpes”. No entanto, afirma que “aquilo que se sabia é que, para a outra variante, estar vacinado era um fator de proteção importante. Por isso, neste momento, na República Democrática do Congo, há uma campanha de vacinação alargada para minimizar o risco de transmissão e de ocorrência da doença”.
O vírus da mpox transmite-se "através do contacto próximo entre pessoas. Contacto pele com pele, seja ele qual for. Se uma pessoa estiver em risco de estar contaminada, quer porque esteve em contacto com alguém infetado ou porque apresenta sintomas deve isolar-se imediatamente em casa, não ter qualquer contacto físico com outras pessoas e ligar ao SNS24”, aconselha o presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública.
“Alguns dos sintomas que se podem sentir são as erupções cutâneas, presença de febre, dores de cabeça, mal-estar, entre outros”, explica Gustavo Tato Borges.