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Eleições nos EUA

FBI investiga alegado ciberataque do Irão a campanhas de Trump e Biden-Harris

13 ago, 2024 - 00:12 • João Pedro Quesado

Eleições de 2016 e 2020 também foram alvo de interferência externa. Jornais norte-americanos receberam documentos da campanha de Trump - o ataque não terá sido bem-sucedido na tentativa de chegar a Biden e Harris.

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O FBI está a investigar, desde junho, um alegado ciberataque do Irão que procurou atingir um associado de Donald Trump e conselheiros da campanha de Joe Biden e Kamala Harris, avança esta segunda-feira o “The Washington Post”. As notícias de tentativas de interferência nas eleições presidenciais de 2024 nos Estados Unidos da América (EUA) surgem a 83 dias do último dia de votação, 5 de novembro.

A polícia federal norte-americana confirmou esta segunda-feira estar a investigar o ciberataque, que apenas a campanha do candidato republicano à presidência tinha denunciado publicamente.

Segundo o jornal, três conselheiros da campanha de Biden e Harris receberam emails de “spear phishing”, desenhados para parecer legítimos, mas que podem dar a um intruso acesso às comunicações do recetor. A investigação não terá encontrado, até agora, indícios de que as tentativas de ciberataque tenham sido bem-sucedidas, segundo fontes citadas pelo “The Washington Post”.

Na passada sexta-feira, a Microsoft revelou um relatório em que dá conta de um ciberataque bem-sucedido à conta de um “ex-conselheiro sénior” de uma campanha presidencial pela unidade de informações do Exército dos Guardiães da Revolução Islâmica, do Irão.

A campanha de Donald Trump anunciou, no sábado, que tinha sido alvo desse ataque, mas que os piratas informáticos apenas tinham obtido “informação pública”.

O jornal “Politico” revelou, na sexta-feira, que tinha recebido documentos com comunicações internas da campanha de Trump, enviados por uma conta anónima. Entre os documentos estava também um dossier de 271 páginas de informações recolhidas pela campanha sobre J.D. Vance, o candidato dos republicanos a vice-presidente.

O “Post” relata que, apesar da suspeita de que o Irão esteja por detrás dos ataques, não é claro que seja responsável pelo envio dos documentos a jornalistas.

A investigação terá começado em junho, quando o FBI contactou a Google e outras empresas tecnológicas para compreender um esforço de “phishing” direcionado a pessoas envolvidas na campanha de Joe Biden (agora de Kamala Harris).

Esta é a terceira eleição presidencial seguida nos Estados Unidos da América que é afetada por países terceiros. Em 2016, a Rússia esteve por detrás de um ataque ao Partido Democrata e pela entrega dos documentos conseguidos à WikiLeaks, que os publicou.

Em 2020, o Irão e a Rússia procuraram influenciar a eleição através de operações de informação. Segundo um briefing dado pelas agências de informação dos EUA ao Presidente Biden em 2021, que foi tornado público pouco depois, o Irão procurou prejudicar a reeleição de Trump, “minar a confiança pública no processo eleitoral” e “semear divisão e exacerbar tensões sociais” nos EUA. Já a Rússia procurou prejudicar Biden através de vários meios, como informações transmitidas à imprensa por fontes próximas de Trump.

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