25 out, 2017 - 15:34
O presidente do governo autónomo catalão, Carles Puigdemont , não irá deslocar-se ao senado espanhol para apresentar as suas alegações contra a aplicação do artigo 155º da constituição espanhola.
A notícia é avançada por vários meios de comunicação espanhóis, que dizem que a presidente do parlamento da Catalunha comunicou aos partidos com assento parlamentar a decisão de não se deslocar a Madrid.
Carme Forcadell, que é citada por "fontes parlamentares", vem, assim, contrariar a informação que circulava na imprensa de que Carles Puigdemont iria a Madrid para apresentar os seus argumentos contra a aplicação do artigo da constituição que retira poderes ao parlamento catalão.
De
acordo com a agência Efe, o parlamento catalão reúne-se na quinta-feira para preparar a resposta à decisão de Madrid em intervir na Catalunha.
Esta decisão
acontece num momento em que deve ser aprovada no Senado espanhol - câmara alta - a decisão de
destituir o presidente da Catalunha e todos os membros do seu executivo, bem
como limitar as competências do parlamento catalão e tomar medidas que permitam
marcar eleições para o governo local dentro de seis meses.
A Generalitat organizou e realizou, no início do mês de Outubro último um referendo de autodeterminação, que foi considerado ilegal pelo Tribunal Constitucional, invalidando todo o processo de consulta popular.
Intervenção é a “única resposta possível”, defende Rajoy
O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, voltou a defender esta quarta-feira a ideia de que a intervenção do Estado na Catalunha é a “única resposta possível” para que seja recuperada “a legalidade” perante os desafios lançados pelo movimento independentista.
"O [artigo] 155.º é a única resposta possível", defendeu o primeiro-ministro espanhol na sessão de debate semanal no parlamento espanhol, esta manhã, numa resposta dirigida a um deputado catalão independentista que pediu para retirar a aplicação daquele artigo da Constituição e a sua substituição por "negociação, diálogo e intermediação".
Mariano Rajoy lamentou ainda que Carles Puigdemont, chefe do governo autónomo da Catalunha, só tenha querido dialogar sobre a data de independência da região.
“Vamos ver se decide vir ao senado apresentar as suas propostas perante o conjunto dos cidadãos”, disse Rajoy, esta manhã, antes de saber da decisão de Puidgemont, comunicada ao parlamento ao início da tarde desta quarta-feira.