08 ago, 2024 - 08:57 • Jaime Dantas
"Aconteça o que acontecer, quando nos voltarmos a encontrar poderemos gritar juntos de novo." Eis o que prometeu Carles Puigdemont à chegada a Barcelona, esta quinta-feira, sete anos depois de ter fugido da Catalunha.
Num discurso mesmo em frente ao Arco do Triunfo, no centro da cidade, que juntou uma multidão de pessoas, o ex-presidente do governo da Região Autónoma criticou aquilo que considera ser a "politização da justiça".
"Transformaram o ser catalão em algo suspeito. Nestes sete anos, a repressão causou estragos. E continuará a fazê-lo enquanto a politização da justiça não parar", atacou.
Primeiras imagens da chegada de Puigdemont a Barcelona.
"Enquanto quatro juízes governarem mais do que um Parlamento, o Partido Popular puder controlar a segunda câmara do Supremo Tribunal pela porta das traseiras e o Vox possa exercer processos privados para perseguir dissidentes políticos [esta politização vai continuar]", considerou Puidgemont, ao som de aplausos dos presentes.
Puigdemont arriscou ser detido pelas autoridades espanholas. Isto porque o Tribunal Constitucional Espanhol considerou ilegal o referendo para a indepência que o na altura governante catalão promoveu junto da população.
Ainda não se sabe o paradeiro do político. Durante a manhã, a RTVE dava conta da existência de uma "operação jaula" - entretanto cancelada - para deter Puigdemont, que vedou os acessos à da Catalunha.
Um elemento da polícia da Catalunha, os Mossos d`Esquadra, foi detido hoje por suspeita de ter ajudado o separatista Carles Puigdemont a abandonar o centro de Barcelona sem ser detido, disse a força de segurança.
Puigdemont defendeu que "não é, nem foi, nem nunca será crime realizar um referendo, nem nunca será crime obedecer ao mandato do Parlamento da Catalunha". Da vitória no referendo, garante ter resultado uma "repressão feroz. Uma repressão que tem vindo a interferir nas vidas dos catalães e nas instituições".
"Um país onde as leis de amnistia não prevêem a amnistia há um problema de natureza democrática", rematou.
No debate de investidura, que deverá ser retomado às 16h00, Salvador Illa, do Partido Socialista (PSOE), pediu a aplicação "ágil" da lei da amnistia.
[Notícia atualizada às 14h10 com o fim da operação de busca por Puidgemont]