07 ago, 2024 - 00:34 • João Pedro Quesado com Reuters
Kamala Harris e Tim Walz já fazem campanha juntos. Os candidatos do Partido Democrata à Casa Branca nas eleições presidenciais de 2024 nos Estados Unidos da América (EUA) estiveram esta terça-feira (madrugada de quarta-feira em Portugal) em Filadélfia, na Pensilvânia, onde, perante mais de 10 mil pessoas, defenderam as políticas dos democratas contra os "estranhos" Donald Trump e J.D. Vance.
“Esta campanha, a nossa campanha, não é apenas uma luta contra Donald Trump. A nossa campanha é uma luta pelo futuro”, sublinhou Kamala Harris, que falou ainda da "luta da classe média e luta pela liberdade”.
Na Temple University, Walz descreveu a sua infância numa pequena cidade no estado do Nebraska, os 24 anos em que serviu na Guarda Nacional do Exército e a carreira professor de estudos sociais e treinador de futebol americano no ensino secundário.
"Foram os meus alunos que me encorajaram a candidatar-me a um cargo", contou o governador do Minnesota. "Eles viram em mim o que eu esperava incutir neles: um compromisso com o bem comum, uma crença de que uma pessoa pode fazer a diferença", descreveu.
Tim Walz atacou o candidato presidencial republicano, Donald Trump, e o seu candidato a vice-presidente, o senador J.D. Vance, demonstrando como planeia abordar o tradicional papel de "cão de ataque" do candidato a vice-presidente - apesar do estilo afável e popular - depois de criar a acusação mais popular da atual campanha: de que os candidatos republicanos são "estranhos" por querem legislar sobre os detalhes da vida pessoal e íntima das pessoas.
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"Ele goza com as nossas leis, ele semeia caos e divisão, e isso e sem falar do seu histórico como Presidente", atirou Walz sobre Trump. "Ele congelou diante da crise da covid, ele levou nossa economia ao chão e, não se enganem, o crime violento aumentou sob Donald Trump", acusou o governador, que acrescentou, depois dos aplausos: "Isso sem contar os crimes que ele cometeu".
A subida de Kamala Harris a candidata a Presidente depois de Joe Biden abandonar a sua tentativa de reeleição há pouco mais de duas semanas teve profundos efeitos na campanha eleitoral, invertendo rapidamente os ataques que já estavam definidos e apagando meses de estratégia de Trump. Nas sondagens, a vantagem do ex-Presidente também desapareceu, tornando a eleição de 5 de novembro muito competitiva.
Walz criticou os republicanos por procurarem restringir os direitos reprodutivos das mulheres, uma questão que atormenta o partido desde que o Supremo Tribunal dos EUA eliminou a proteção federal a esses direitos.
"Mesmo que não fizéssemos a mesma escolha, há uma regra de ouro: preocupem-se com a vossa própria vida", exclamou, sendo ovacionado por uma multidão entusiasmada com uma candidatura que parece ter energia suficiente para derrotar novamente Trump.
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Harris, que falou antes de Walz e o apresentou, listou os títulos deste - marido, pai, professor, treinador, veterano, congressista, governador - antes de prever que vai ganhar um novo na eleição de 5 de novembro: vice-presidente dos Estados Unidos.
"Ele é o tipo de pessoa que faz as pessoas se sentirem incluídas e as inspira a sonhar alto", defendeu uma sorridente Kamala Harris.
Harris, a vice-presidente dos EUA, anunciou a escolha de Tim Walz esta terça-feira, optando por um "companheiro de corrida" para vice-presidente com experiência executiva, serviço militar e um histórico de conquistar os eleitores brancos rurais que têm gravitado em torno de Trump ao longo dos anos.
A campanha Democrata disse ter arrecadado mais de 20 milhões de dólares após o anúncio de Walz como escolha para vice-presidente.
A Pensilvânia, local do primeiro comício, é vista como o estado mais crítico no que se espera ser uma eleição renhida entre os democratas e seus rivais republicanos - mais uma, depois de 2016 e 2020, em que a vitória será decidida por poucas dezenas de milhar de votos num conjunto reduzido de estados.
Depois do comício desta terça-feira, Harris e Walz vão passar a semana em plena campanha, retomando o habitual ritmo de uma candidatura à Casa Branca. Nos próximos quatro dias, os democratas vão passar por Eau Claire, no Wisconsin; Detroit, no Michigan; Durham, na Carolina do Norte; Savannah, na Geórgia; Phoenix, no Arizona; e Las Vegas, no Nevada.
A segui-los de perto vai estar J.D. Vance, que tem eventos marcados para o Michigan e Wisconsin esta quarta-feira. Já Donald Trump, que Joe Biden habituou a uma campanha mais lenta e menos intensiva, tem apenas um comício esta semana, na sexta-feira, no estado nada decisivo do Montana.