03 ago, 2024 - 20:35 • Ricardo Vieira
O Japão formalizou esta semana às autoridades dinamarquesas um pedido de extradição de Paul Watson, um ativista que luta contra a caça da baleia que foi detido no mês passado na Gronelândia.
Paul Watson é acusado pelas autoridades japonesas de invadir um navio baleeiro na Antártida, de causar danos físicos e materiais e de obstrução à atividade económica, num caso que remonta a 2010.
Fundador da organização Sea Shepherd e da Fundação Capitão Paul Watson, o ativista foi detido a 21 de julho quando o seu barco fazia uma escala em Nuuk, na Gronelândia.
Com dupla nacionalidade australiana e norte-americana, Paul Watson arrisca uma pena de 15 anos de prisão se for extraditado e condenado pela justiça japonesa.
O Governo estabeleceu uma quota de 227 baleias par(...)
O advogado de Paul Watson, François Zimeray, considera que não se pode confiar no sistema de justiça do Japão para dar ao ativista um julgamento justo e que a Dinamarca deveria negar o pedido de extradição
A Gronelândia é uma província autónoma da Dinamarca. Qualquer decisão de extraditar o ativista deverá ser tomada pelo Ministério da Justiça dinamarquês, que até ao momento não comentou o caso.
A Fundação Capitão Paul Watson lançou uma petição online pela libertação do defensor das baleias.
A conhecida primatologista e etóloga Jane Goodall apela às autoridades dinamarquesas que libertem Paul Watson imediatamente e rejeitem o pedido de extradição para o Japão.
“A Dr. Goodall e os membros dos Comités de Cetáceos e Ética do Instituto Jane Goodall condenam inequivocamente a prática da caça às baleias e opõem-se veementemente à prisão de indivíduos que demonstrem a sua compaixão e preocupação com o bem-estar, conservação e proteção dos cetáceos e indivíduos dessas espécies.”
O Japão abandonou a Comissão Baleeira Internacional e retomou a caça comercial de baleias em 2019, depois de três décadas de suspensão da atividade.