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Tragédia no Reino Unido. Vigília acaba em violência e em mais de 50 polícias agredidos por membros da extrema-direita

31 jul, 2024 - 11:54 • João Carlos Malta

Falsas alegações de que o autor do ataque teria ligações ao islamismo levaram a que elementos de grupos radicais se deslocassem a Southport e transformassem a homenagem às três crianças assassinadas numa "batalha campal".

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Mais de 50 polícias ficaram feridos após a violência da última noite em Southport, durante a vigília em memória das três crianças mortas naquela localidade perto de Liverpool, no Reino Unido, quando estavam num workshop de dança que tinha como inspiração a música de Taylor Swift.

O presidente da Federação de Polícia de Merseyside, Chris McGlade, disse, em declarações citadas pela Sky News, que os agentes ficaram feridos na sequência de um "ataque contínuo e violento".

As manifestações de pesar às vítimas juntaram mais de mil pessoas. As meninas assassinadas tinham entre seis e nove anos.

Acredita-se que muitos dos que se juntaram à violência - que a polícia acredita fazerem parte da Liga de Defesa Inglesa, um grupo extrema-direita - não eram da região e foram atraídos para aquela zona após os relatos falsos de que o suspeito detido pelo ataque de segunda-feira era um requerente de asilo.

“Já afirmamos que o suspeito detido nasceu no Reino Unido, a especulação não ajuda ninguém nesta altura”, disse Alex Goss, elemento da Polícia local.

A mesma força policial, segundo a BBC, refere ainda que as alegações nas redes sociais de que estes ataques teriam sido perpetrados por muçulmanos são falsas.

"Os polícias não são robôs. Somos mães e pais. Filhos e filhas. Maridos, esposas e companheiros", disse McGlade. "Devíamos ir para casa no final do nosso turno. Não para o hospital", acrescentou.

Já outra responsável, a chefe da polícia, Serena Kennedy, disse que os polícias feridos nos protestos “estarão agora indisponíveis para o serviço num momento extremamente conturbado”.

Estima-se ainda que oito polícias tenham sofrido ferimentos graves, incluindo fraturas, lacerações, suspeita de nariz partido e concussão.

Os vídeos publicados nas redes sociais mostraram pessoas a atirar latas de lixo e tijolos contra polícias que seguravam escudos antimotim para afastar a multidão.

População ajuda a limpar local

Dezenas de residentes locais apareceram, na manhã desta quarta-feira, em frente à mesquita de Southport com vassouras e pás para ajudar na operação de limpeza esta manhã, após o violento protesto da noite passada.

Norman Wallis, chefe executivo da Southport Pleasureland, também citado pela Sky News, fez um pedido de ajuda nas redes sociais depois de testemunhar a violência.“Há centenas de pessoas que responderam e acabamos com muitas pessoas aqui hoje, todas da comunidade local e a ajudar na fantástica limpeza”. E acrescentou: “É horrível o que aqueles hooligans fizeram”.

A mãe de uma das vítimas do ataque, Elsie Dot Stancombe, escreveu no Facebook ontem à noite: “Esta é a única coisa que vou escrever, mas por favor, parem com a violência em Southport esta noite”.

“A polícia não tem sido nada além de heróica nas últimas 24 horas e eles e nós não precisamos disso”, assegurou

Elsie, de sete anos, é uma das três meninas que morreram após o ataque de segunda-feira. A portuguesa, Alice Dasilva Aguiar, de nove anos, e Bebe King, de seis, também foram mortos.

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