31 jul, 2024 - 07:12 • Lusa
O Presidente da Venezuela anunciou um reforço do patrulhamento militar e policial, acompanhado por mobilizações do chavismo, até que se consolide a paz no país.
"A partir de hoje e durante todos os dias que estão por vir, até consolidarmos a paz, que se cumpra a ordem de patrulhamento militar e policial em todas as cidades venezuelanas e (...) o povo mobilizado nas ruas, todos os dias", disse Nicolás Maduro.
Maduro falava para centenas de apoiantes que marcharam desde o populoso bairro de Petare (leste da capital) até ao palácio presidencial de Miraflores, no centro.
O Presidente da Venezuela disse que, a partir de 31 de julho, vão decorrer jornadas de mobilização das forças populares para "ativar a agenda" que assumiu e convidou os venezuelanos a realizar, no próximo sábado, a "mãe de todas as marchas" para celebrar a vitória nas presidenciais de domingo, em Caracas.
Por outro lado, disse estar à espera, no palácio presidencial do opositor Edmundo González Urrutia, que a oposição disse ter sido eleito Presidente da Venezuela.
"Aqui o espero, em Miraflores, González Urrutia, não demore em chegar, covarde [...] Aqui os gringos [norte-americanos] não põem nem afastam [Presidentes]. Ao covarde, digo que dê a cara. Estás escondido. Deixa de agredir o povo", disse.
Maduro acrescentou que tinham sido detidas 10 pessoas por derrubar uma estátua do falecido líder socialista Hugo Chávez (presidente do país entre 1999 e 2013) e sublinhou que "não haverá perdão, mas justiça" para os fascistas.
Por outro lado, criticou os governos dos países que não aceitam os resultados das eleições presidenciais de domingo: "Expulsei todo o pessoal diplomático e rompi relações com os governos fascistas".
Nicolás Maduro anunciou também a criação de um fundo especial de poio às vítimas dos "comanditos fascistas" da oposição, ao qual atribui 10 milhões de dólares (nove milhões de euros).
"Quem perdeu os seus negócios que tenham a certeza de que terão os recursos para os recuperem", frisou.
Maduro criticou o silêncio da Conferência Episcopal Venezuelana perante a violência no país e anunciou que as forças de segurança vão deter todos "os terroristas".
A Venezuela regista desde segunda-feira protestos em várias regiões do país contra os resultados anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
O CNE da Venezuela proclamou oficialmente, na segunda-feira, como Presidente Nicolás Maduro, para o período 2025-2031.
De acordo com os dados oficiais do CNE, Nicolás Maduro foi reeleito para um terceiro mandato consecutivo com 51,2% dos votos, tendo obtido 5,15 milhões de votos.
O principal candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, obteve pouco menos de 4,5 milhões de votos (44,2%), indicou o CNE.
A oposição venezuelana reivindica, contudo, a vitória nas eleições presidenciais, com 70% dos votos para Gonzalez Urrutia, afirmou a líder opositora María Corina Machado, recusando-se a reconhecer os resultados proclamados pelo CNE.