03 jul, 2024 - 10:24 • Lusa com redação
O Governo português vai pedir à África do Sul o reforço do policiamento e da segurança de empresários nacionais. Em causa estará uma onda de raptos sem precedentes na província de Gauteng.
De acordo com a agência Lusa, no último ano e meio, pelo menos 32 empresários luso-sul-africanos foram sequestrados numa região marcada por altos níveis de criminalidade.
À Lusa, o embaixador de Portugal em Pretória sublinha que as autoridades portuguesas estão a “acompanhar com preocupação” o sequestro de compatriotas lusos, frisando que se está "perante uma série de raptos que estão a atingir a comunidade portuguesa numa área geográfica determinada, e por outro lado, pessoas que estão no mesmo ramo de atividade".
"Tenho a intenção de pedir uma audiência ao senhor ministro da Polícia, após ele tomar posse, o que deve acontecer amanhã [quarta-feira], no sentido também de o sensibilizar para um assunto (…) e, por conseguinte, esperar também da parte dele (...) a possibilidade de aumentar a segurança destas pessoas de maneira a evitar (...) uma onda sucessiva de raptos", salientou.
O diplomata português sublinhou ainda à Lusa que os portugueses na África do Sul encontram-se "apreensivos" com a onda crescente de raptos à mão armada, a uma média de dois sequestros/dia, desde janeiro de 2023, e valores de resgate milionários.
Em 2023 registaram-se pelo menos 18 casos de rapto de cidadãos com nacionalidade portuguesa na região de Gauteng, segundo o diplomata português.
Segundo dados da Polícia Sul-Africana, a província de Gauteng registou entre outubro e dezembro de 2023 um aumento de 20% no número de sequestros com 2.367 casos, mais de metade dos sequestros registados no país nesse período (4.577 casos).
O dirigente do Fórum Português da África do Sul, Manny Ferreirinha, disse à Lusa que a organização não-governamental luso-sul-africana está a investigar 14 casos de rapto de empresários luso-sul-africanos na província sul-africana de Gauteng, que registou desde janeiro deste ano.
Na África do Sul residem cerca de 200.000 cidadãos portugueses e perto de meio milhão de lusodescendentes.