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Familiares de reféns exigem ao Governo israelita acordo com Hamas

26 jun, 2024 - 17:58 • Lusa

Familiares dos reféns de grupo extremistas palestinianos que permanecem em Gaza exigiram esta quarta-feira ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que chegue a um acordo com o Hamas que garanta o regresso dos detidos.

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"Não temos tempo", insistiram os familiares durante uma conferência de imprensa em Telavive, citados pela agência espanhola EFE.

Desde o ataque do Hamas em Israel de 07 de outubro de 2023, permanecem na Faixa de Gaza 116 reféns, incluindo mais de 40 mortos confirmados, e quatro detidos anteriormente, dois civis e os corpos de dois soldados.

O Fórum das Famílias de Reféns e Desaparecidos organizou a conferência de imprensa para se opor a declarações recentes de Netanyahu sobre um acordo que permitisse o regresso de alguns reféns e não de todos, como defendeu anteriormente.

Orly Gilboa, mãe da refém Daniella Gilboa, exigiu que o primeiro-ministro se encontrasse pessoalmente com as famílias.

A filha apareceu algemada num vídeo de uma organização islamita divulgado pelas próprias famílias no final de maio, juntamente com outras raparigas capturadas em outubro na base militar de Nahal Oz, no sul de Israel.

"O que são nove meses para mulheres raptadas por monstros? Não consigo evitar os pensamentos terríveis de que em breve serei avó", afirmou Orly Gilboa, temendo os relatos de violência sexual contra as prisioneiras.

Gilboa exortou o Governo de Netanyahu a continuar a procurar um acordo com base na proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo em três fases, ainda em negociação entre Israel e o Hamas.

"Este acordo é o primeiro passo para um cessar-fogo e um futuro melhor tanto para Israel como para Gaza", insistiu.

A mãe da refém apelou à comunidade internacional para que exerça pressão sobre o Hamas para que aceite a proposta.

Ruby Chen, pai do soldado morto no ataque de 07 de outubro Itay Chen, cujo corpo continua nas mãos do Hamas, apelou a Netanyahu para que não recuasse na proposta que tem em cima da mesa.

"Nos últimos dias, os responsáveis israelitas afirmaram que não consideram uma opção realista libertar os 120 reféns através de operações militares, o que reforça a necessidade de um acordo", afirmou.

As declarações polémicas de Netanyahu foram proferidas no domingo, 23 de junho, numa entrevista ao canal 14, de direita.

Depois da entrevista, Netanyahu foi obrigado a divulgar um comunicado a esclarecer que o exército não abandonará Gaza "até ao regresso dos 120 reféns".

As declarações suscitaram críticas da opinião pública israelita, incluindo do fórum de familiares.

Os críticos exigiram a Netanyahu um desmentido, e acusaram-no de abandonar os reféns e de violar "a obrigação moral do Estado para com os seus cidadãos".

Desde o início da guerra, Israel e o Hamas só chegaram a um acordo de tréguas de uma semana, no final de novembro, que resultou na libertação de 105 reféns em troca de 240 prisioneiros palestinianos.

Sete reféns foram resgatados com vida pelo exército, que também recuperou os corpos de cerca de 20 cativos no interior do enclave palestiniano controlado pelo Hamas desde 2007.

Além de terem feito reféns, os comandos do Hamas mataram cerca de 1.200 pessoas no ataque de 07 de outubro no sul de Israel, segundo as autoridades israelitas.

Israel respondeu com uma ofensiva militar em Gaza que provocou mais de 37.700 mortos, de acordo com o governo do Hamas no enclave.

O Hamas integra a lista de organizações terroristas de Israel, Estados Unidos e União Europeia.

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