19 mai, 2024 - 21:21 • Diogo Camilo
O suspeito da tentativa de homicídio do primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, pode não ter sido um “lobo solitário” como se acreditava.
A assunção foi levantada este domingo pelo ministro do Interior da Eslováquia, numa altura em que os serviços de segurança investigam o ataque de quarta-feira e que deixou o governante em estado grave depois de terem sido disparados quatro tiros.
O ministro do Interior, Matus Sutaj Estok afirma agora que a equipa de investigação irá também tentar saber se o Juraj Cintula atuou sozinho ou como parte de um grupo encorajado para o assassinato de Robert Fico.
“O crime pode ter sido cometido por um certo grupo de pessoas”, afirmou em conferência de imprensa, citado pela Reuters, indicando como suspeito terem sido apagadas as comunicações do suspeito nas duas horas anteriores à tentativa de assassinato, não por si, mas pela sua mulher.
No dia seguinte ao ataque, o mesmo ministro tinha avançado que o plano do ataque de Cintula nasceu “perto das eleições presidenciais”, depois de o candidato apoiado por Robert Fico, Peter Pellegrini, do partido Hlas, ter vencido com 53,1% dos votos.
Em conferência de imprensa, decreveu Cintula como um “lobo solitário” que agiu sozinho e admitiu que o crime teve motivações políticas, garantindo que o homem não pertence “a nenhum partido extremista, nem de esquerda nem de direita”.
Este domingo, o vice-primeiro-ministro da Eslováquia garantiu que Robert Fico está fora de perigo, depois de ter sido submetido a uma operação de cinco horas na quarta-feira e outra mais curta na sexta-feira, ambas num hospital na cidade de Banska Bystrica, no centro da Eslováquia.
"Não existe mais qualquer perigo imediato para a sua vida, mas o seu estado continua grave", disse Kalinak a órgãos de comunicação locais.
Já o suspeito ficará em prisão preventiva, acusado de tentativa de homicídio premeditado e pode enfrentar uma pena entre 25 anos e a prisão perpétua.