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Governo brasileiro suspende pagamentos da dívida do Rio Grande do Sul por três anos

14 mai, 2024 - 00:31 • Lusa

86,4% unidades industriais do Estado afetado por tempestades estão localizadas nas cidades atingidas, que estão praticamente paralisadas há duas semanas, assim como quase todo o setor agrícola regional.

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O Governo brasileiro anunciou esta segunda-feira a suspensão dos pagamentos da dívida do estado do Rio Grande do Sul ao Tesouro durante três anos para ajudar à reconstrução da região devastada pelas cheias.

A dívida do Estado ascende a 104 mil milhões de reais (18,9 mil milhões de euros) e, com a moratória, cerca de 10% desse montante será libertado para a reconstrução, disse o ministro das Finanças, Fernando Haddad, juntamente com o Presidente brasileiro, Lula da Silva, e as autoridades parlamentares, que devem aprovar a medida.

O ministro acrescentou que, durante este período, os juros da dívida também não serão contabilizados, tudo com o objetivo de "recuperar a capacidade económica do Rio Grande do Sul no mais curto espaço de tempo possível".

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que assistiu ao anúncio por videoconferência, agradeceu o apoio e reconheceu "o esforço de todo o Governo federal" perante a situação de emergência.

As tempestades começaram há quinze dias e não pararam, e no sul do Brasil o número de mortos chegou a 148, com 127 desaparecidos, e 2,1 milhões de pessoas afetadas em 447 dos 497 municípios do Rio Grande do Sul, onde há quase 81 mil pessoas em abrigos e meio milhão de desalojados.

"Amanhã iremos anunciar ações para pessoas físicas. Na quarta-feira volto ao estado para prestar todo apoio do Governo Federal. Só iremos descansar quando o estado estiver em pé novamente", garantiu Lula da Silva, numa mensagem nas suas redes sociais.

As consequências económicas do desastre climático ainda são imensuráveis, mas um balanço da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul já traça um panorama parcial.

Segundo a organização, 86,4% das unidades industriais do Estado estão localizadas nas cidades atingidas, que estão praticamente paralisadas há duas semanas, assim como quase todo o setor agrícola regional.

Cerca de 600 mil pequenas e médias empresas também foram afetadas, e até mesmo o comércio eletrónico parou, devido às dificuldades de entrega em regiões onde pontes e estradas desmoronaram e aeroportos estão a operar de forma precária ou completamente fechados, como é o caso do aeroporto de Porto Alegre.

Na semana passada, o Governo federal já tinha anunciado um plano de ajuda para o Rio Grande do Sul de cerca de 50 mil milhões de reais (9,09 mil milhões de euros), incluindo assistência direta e crédito bonificado para pequenas empresas.

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