06 mai, 2024 - 11:15 • Lusa
O exército israelita pediu esta segunda-feira aos habitantes de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, para se deslocarem para "zonas humanitárias".
"O exército está a encorajar os residentes da parte oriental de Rafah a deslocarem-se para as zonas humanitárias alargadas", declarou, em comunicado.
Sete meses após o início da ofensiva contra o Hamas, Israel garante que Rafah abriga milhares de combatentes do grupo islâmico e que a vitória é impossível sem tomar a cidade, onde vivem mais de um milhão de deslocados palestinianos.
A ONU estimou que cerca de 1,2 milhões de pessoas, a maior parte delas deslocadas pelos combates, estão em Rafah, contra a qual Israel insiste há meses que tenciona levar a cabo uma ofensiva militar de grande envergadura.
O exército israelita garantiu que a operação de retirada dos habitantes da parte oriental da cidade de Rafah, era temporária e "de âmbito limitado".
"Iniciámos uma operação de escala limitada para retirar temporariamente as pessoas que vivem na parte oriental de Rafah", disse um porta-voz do exército numa conferência de imprensa, repetindo: "Esta é uma operação de escala limitada".
Ataques israelitas contra a cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, mataram 16 membros de duas famílias, disseram equipas de resgate, horas depois do grupo islamita palestiniano Hamas ter lançado mísseis da região.
Equipas de resgate disseram à agência de notícias France-Presse (AFP) que os ataques lançados pelas Forças de Defesa de Israel causaram nove mortes na “família Al Attar” e sete na “família Keshta”, no domingo à noite.Uma fonte hospitalar confirmou à AFP o número de mortes dos dois ataques, acrescentando que os alvos foram uma casa “no campo de refugiados de Yebna em Rafah” e outra “nos arredores de Al Salam", um bairro da cidade.
A agência de notícias palestiniana Wafa disse que Israel lançou esta madrugada ataques contra um total de dez casas em vários bairros de Rafah, causando a morte de, pelo menos, 21 pessoas, incluindo oito crianças.
De acordo com o jornal palestiniano Falastin, a Proteção Civil da Faixa de Gaza indicou que as equipas de resgate ainda estão no terreno e poderá haver mais de uma dezena de pessoas sob os escombros.
Horas antes, as brigadas Ezzedine al-Qassam - braço armado do Hamas – lançaram dezenas dezena de mísseis na zona de Kerem Shalom, o principal ponto de passagem de ajuda humanitária para Gaza, perto de Rafah.
O ataque causou a morte de três soldados israelitas e ferimentos em mais 12 soldados, três dos quais se encontram em estado grave, indicaram as forças israelitas.
Em resposta, o exército israelita anunciou o encerramento da passagem de Kerem Shalom, que liga o sudeste da Faixa de Gaza ao território israelita e na fronteira entre o enclave palestiniano, Israel e o Egito.
O ataque teve lugar enquanto decorriam negociações no Egito, sob mediação internacional, sobre um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza entre Israel e o Hamas, no poder no enclave desde 2007.